Com força máxima a partir desta quinta-feira (11) e pico previsto para sábado (13), a chuva de meteoros Perseidas está ativa desde o dia 17 de julho e deve cessar no fim de agosto. Esse fenômeno ocorre enquanto a Terra passa pelo caminho das partículas do cometa 109P/Swift-Tuttle, na constelação de Perseus.

Chuva de meteoros Perseidas sobre o Poloniny Dark Sky Park, na Eslováquia, em registro feito no dia 9 de agosto de 2021. Créditos: Petr Horálek

Aqui no Brasil, a vista não é tão espetacular quanto nos países do hemisfério norte, mas é possível testemunhar algumas estrelas cadentes após a 1h30 da manhã (especialmente nas regiões norte e nordeste). A chuva permanece ativa até o amanhecer, por volta das 6h, quando seu ponto radiante está mais alto no céu. Assim, as melhores exibições, para todo o país, ocorrem pouco antes desse horário (a partir das 3h30).

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No seu auge, espera-se que a chuva produza uma taxa nominal – também chamada de taxa de hora zenithal (ZHR) – de cerca de 100 meteoros por hora. No entanto, esse número é calculado assumindo um céu absolutamente escuro, com o ponto radiante situado no zênite (ponto mais elevado no céu, acima das nossas cabeças).

Como no Brasil, o radiante dessa chuva não se eleva muito no céu (Perseus é uma constelação do Hemisfério Norte), e como tais condições são quase impossíveis de se combinarem entre si, o número de meteoros que os observadores provavelmente verão será, portanto, menor do que isso.

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Estima-se que, mesmo no pico, será possível aos observadores do hemisfério norte ver somente em torno de 44 meteoros por hora. Por aqui, esse número cai para uma média de cerca de 20.

Na tabela abaixo, elaborada pela Rede Brasileira de Observação de Meteoros (BRAMON) com base nas informações da Organização Internacional dos Meteoros (IMO), estão as taxas máximas de ocorrências estimadas para cada capital brasileira.

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Créditos: BRAMON

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De acordo com Marcelo Zurita, colunista do Olhar Digital, presidente da Associação Paraibana de Astronomia (APA) e diretor técnico da BRAMON, a lua cheia pode ser um obstáculo para a observação dos meteoros Perseidas. “É importante não criarmos muita expectativa sobre a visão de uma chuva que, geralmente, decepciona os observadores no Brasil. Com a lua cheia, a visibilidade é reduzida para até ¼ do número estimado para cada localidade. Em Porto Alegre, por exemplo, que tem previsão de três a quatro meteoros por hora, não será possível ver mais do que um por hora”.

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Segundo Zurita, no ano passado, o pico da chuva de meteoros Perseidas foi na lua nova, e, mesmo assim, a visibilidade foi muito baixa. “Este ano, a frustração tende a ser ainda maior. A recomendação é procurar olhar na direção oposta à Lua, onde a influência do seu brilho é menor e assim, ofusca menos os meteoros mais tênues. Neste caso, então, o ideal seria olhar na direção leste, sempre dando preferência às regiões mais desobstruídas e mais escuras do céu”.

Boa sorte a quem decidir colocar sua cadeirinha de praia no gramado e passar a madrugada de olho no céu. Vai que, de repente, pelo menos uma estrela cadente apareça para compensar – e você consiga fazer um desejo.

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