Em uma revelação fascinante para a astronomia e a busca por vida extraterrestre, cientistas de várias partes do mundo anunciaram a descoberta de Gliese 12 b, um exoplaneta com características semelhantes às da Terra e localizado a 40 anos-luz, ou 378 bilhões de km, de distância daqui.

A descoberta é fruto do trabalho colaborativo de pesquisadores de instituições renomadas, como as universidades canadenses McGill e Western, através do Programa Estratégico Infravermelho Doppler Subaru (IRD-SSP). Este programa visa identificar planetas na zona habitável de estrelas anãs vermelhas, como a estrela ao redor da qual Gliese 12 b orbita.

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Crédito: NASA/Eyes on Exoplanets

Essas estrelas são menores e mais frias que o Sol, o que as torna focos de interesse na busca por planetas habitáveis. Os planetas que orbitam anãs vermelhas são geralmente mais fáceis de detectar, uma vez que essas estrelas são mais comuns, e suas características permitem uma observação mais clara dos planetas em suas proximidades.

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Gliese 12 b tem mesmo tamanho e superfície semelhante à da Terra

A descoberta de Gliese 12 b é significativa porque esse planeta está na zona habitável da sua estrela, uma região onde as condições podem permitir a presença de água líquida, essencial para a vida como conhecemos. 

Comparação do tamanho de Gliese 12 b com o da Terra e de Vênus. Crédito: Reprodução/NASA/JPL-Caltech/R. Hurt (Caltech-IPAC)

Apesar de Gliese 12 b estar mais próximo da borda interna dessa zona, a presença de água líquida ainda depende de sua atmosfera e condições de superfície. O exoplaneta recebe uma quantidade de luz estelar similar à que a Terra e Vênus recebem do Sol, o que pode oferecer pistas sobre a sua habitabilidade.

O tamanho de Gliese 12 b, que é aproximadamente igual ao da Terra, sugere que ele pode ter uma composição e ambiente de superfície semelhantes aos do nosso planeta. No entanto, ainda são necessárias mais observações e análises para confirmar esses detalhes. 

Uma técnica promissora para investigar a atmosfera de Gliese 12 b é a espectroscopia de transmissão atmosférica. Esta técnica analisa a luz estelar que passa pela atmosfera do planeta durante um trânsito, permitindo aos cientistas identificar gases como oxigênio, água, metano e dióxido de carbono. A presença desses gases pode indicar processos biológicos e, consequentemente, a possibilidade de vida.

A descoberta de Gliese 12 b representa um passo importante na identificação de planetas que podem ser habitáveis e na compreensão das condições necessárias para sustentar vida. Futuras pesquisas, com o auxílio de equipamentos avançados como o Telescópio Espacial James Webb (JWST), da NASA, e telescópios terrestres de grande porte, serão fundamentais para aprofundar o conhecimento sobre este exoplaneta e seu potencial para abrigar vida.