Tesla anuncia venda de seu projeto inovador de energia virtual

Projeto inovador com 7 mil baterias residenciais visa estabilizar a rede de energias renováveis e atender demanda por armazenamento
Por Leandro Costa Criscuolo, editado por Ana Luiza Figueiredo 19/09/2024 02h17, atualizada em 02/10/2024 12h21
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Imagem: Divulgação/Tesla
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A Tesla lançou uma solicitação de propostas para sua inovadora usina de energia virtual (VPP, na sigla em inglês) no sul da Austrália, que consiste em cerca de 7 mil baterias residenciais. As informações são do Electrek.

Esse sistema, similar à grande bateria de Hornsdale, é projetado para estabilizar a rede de energias renováveis, atendendo picos de demanda e oferecendo serviços essenciais.

O VPP possui uma capacidade de 35 megawatts, com 70% dessa energia combinada com painéis solares residenciais.

Os sistemas estão sendo instalados em habitações públicas em parceria com o governo estadual, e a Tesla busca expandir o projeto, mantendo o fornecimento das baterias Powerwall e do software Autobidder.

O que é energia virtual?

Energia virtual é um conceito utilizado para descrever um sistema em que múltiplas unidades de armazenamento de energia, como baterias em residências, são conectadas e geridas como se fossem uma única central de energia. Este sistema é conhecido como “virtual power plant” (VPP) ou usina virtual.

Aqui estão alguns pontos-chave sobre energia virtual:

  • Integração de recursos distribuídos: em vez de construir uma grande usina de energia tradicional, um VPP integra e controla múltiplas fontes de energia distribuídas, como painéis solares residenciais e baterias de armazenamento.
  • Gerenciamento e otimização: através de software e algoritmos avançados, o VPP gerencia e otimiza a produção e o consumo de energia dessas fontes distribuídas. Isso pode incluir a previsão de demanda, a programação do carregamento e descarregamento das baterias, e a venda de energia excedente para a rede elétrica.
  • Benefícios para a rede: os VPPs ajudam a estabilizar a rede elétrica ao fornecer energia quando há demanda alta e absorver energia quando há excesso. Eles podem melhorar a confiabilidade da rede e reduzir custos operacionais.
  • Impacto econômico e ambiental: ao utilizar recursos distribuídos de forma eficiente, os VPPs podem reduzir os custos com infraestrutura de energia e promover o uso de fontes renováveis, contribuindo para a sustentabilidade ambiental.
  • Exemplo prático: no caso da Tesla no sul da Austrália, o Virtual Power Plant combina baterias Powerwalls instaladas em residências com sistemas solares para criar uma grande rede virtual que pode fornecer serviços à rede elétrica local e reduzir custos para os usuários.

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Além da venda do VPP, a Tesla quer lançar seu negócio de energia de varejo na Austrália – Imagem: Kittyfly/Shutterstock

Sul da Austrália quer usar apenas energia renovável

  • O folheto de vendas destaca o potencial de crescimento dos VPPs, especialmente com a região do sul da Austrália já atendendo cerca de 75% de sua demanda com energia solar e eólica em 2023.
  • O estado de South Australia visa alcançar 100% de energia renovável líquida até 2027, o que exigirá mais armazenamento.
  • A produção solar em telhados frequentemente atende toda a demanda estadual, e a Tesla acredita que VPPs e baterias domésticas serão fundamentais para gerenciar essa transição.

A venda do VPP não afetará os planos da Tesla de lançar seu próprio negócio de energia de varejo na Austrália, para o qual já obteve licença. O processo de vendas do VPP está sendo gerenciado pela Planum Partners, que espera concluir as propostas até o final do ano.

Os grandes varejistas de energia também estão investindo em VPPs, buscando novas formas de se conectar com os consumidores e adaptar seus modelos de negócios em uma rede cada vez mais distribuída.

As VPPs, como a que a Tesla está vendendo, estão recebendo mais investimentos – Imagem: Milos Ruzicka/Shutterstock
Leandro Costa Criscuolo
Colaboração para o Olhar Digital

Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.

Ana Luiza Figueiredo é repórter do Olhar Digital. Formada em Jornalismo pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), foi Roteirista na Blues Content, criando conteúdos para TV e internet.