Startup quer produzir energia de fusão nuclear em larga escala

A Zap Energy tem na Century um dispositivo inovador com potencial para transformar a produção de energia de fusão comercial
Por Leandro Costa Criscuolo, editado por Lucas Soares 09/10/2024 11h58
energia de fusão
Imagem: Zap Energy
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Para os entusiastas da energia de fusão nuclear, alcançar o “ponto de equilíbrio”—quando uma reação gera mais energia do que consome—é um objetivo ambicioso, já conseguido apenas pelo National Ignition Facility (NIF) após uma década de ajustes. Benj Conway, CEO da Zap Energy, destaca que, apesar do sucesso do NIF, a questão é o que vem a seguir.

O NIF é mais um experimento científico do que uma solução comercial. Em contraste, a Zap Energy busca avançar com seu novo dispositivo, chamado Century, para o qual levantou recentemente US$ 130 milhões.

A empresa adota uma abordagem inovadora, usando Z-pinch estabilizado por fluxo cisalhado, que comprime o plasma mediante um raio elétrico em vez de ímãs ou lasers.

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O protótipo Century ocupa quase tanto espaço quanto um ônibus de dois andares – Imagem: Zap Energy

Zap Energy precisa bater metas para se tornar usina

  • A Century, que tem dimensões equivalentes a um ônibus de dois andares, visa não apenas investigar a física, mas também desenvolver tecnologias para a fusão comercial.
  • Para se tornar uma usina de energia, a Zap precisa cumprir três marcos: gerar pulsos de alta tensão continuamente, demonstrar a tecnologia ao Departamento de Energia e garantir que os eletrodos suportem as condições da fusão.
  • A Zap planeja aumentar a eletricidade na Câmara de Reação para 100 quilowatts até o ano que vem, com esperança de construir uma usina de demonstração na próxima década, levando a usinas comerciais no início dos anos 2030.

Conway reconhece os desafios, incluindo questões além da física, que serão cruciais para o sucesso da fusão comercial.

“A fusão precisa competir com outras formas de produzir eletricidade e calor. Se as usinas de energia de fusão custam muito mais do que outras formas de produzir eletricidade, não haverá muitas delas. Pode haver uma para a qual levamos nossos filhos e mostramos em uma excursão escolar, e é isso”, alega Conway.

Fusão comercial ainda precisa tem longo caminho para avançar até virar uma concorrente para as outras formas de gerar eletricidade – Imagem: Zap Energy
Leandro Costa Criscuolo
Colaboração para o Olhar Digital

Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.