Evidência de poderosa rainha de povo antigo é descoberta no Peru

Arqueólogos localizaram um trono que data do século VII d.C., período em que a cultura Moche prosperava na região do atual Peru
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Flavia Correia 28/10/2024 13h30, atualizada em 01/11/2024 14h03
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Imagem: Denver Museum of Nature & Science
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Arqueólogos desenterraram o que acreditam ser uma antiga sala do trono de 1.300 anos usada por uma governante de um povo remoto na região do Peru. A descoberta foi feita no sítio arqueológico de Pañamarca.

Segundo os pesquisadores, a construção data do século VII d.C., período em que a cultura Moche prosperava na área. Este antigo povo habitou o norte do atual Peru entre aproximadamente 350 e 850 d.C. e é conhecido por seus edifícios e tumbas elaborados.

Descoberta é considerada inédita

  • Embora outras governantes do período pré-inca já tenham sido descobertas na região, “uma sala do trono para uma rainha nunca foi vista antes em Pañamarca, nem em qualquer outro lugar do Peru antigo”, disse a equipe em comunicado.
  • O trono é feito de adobe, um material de construção feito a partir de terra crua, água, palha e, por vezes, outras fibras naturais.
  • A estrutura ainda contém restos de pedras antigas e até cabelo humano (que podem ser da própria rainha).
  • A ideia dos cientistas é realizar testes de DNA para identificar a origem deste material.
Escavações realizadas no Peru encontraram construções da cultura Moche (Imagem: Denver Museum of Nature & Science)

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Murais representando a governante também foram encontrados

Uma destas imagens mostra a rainha usando uma coroa e levantando uma taça. Outra retrata a mulher coroada carregando um cetro, com uma procissão de homens transportando tecidos e outros objetos. Por fim, um terceiro mural apresenta a governante sentada em seu trono e falando com um indivíduo que parece ser parte homem, parte pássaro.

Murais retratam rainha de diversas formas (Imagem: Denver Museum of Nature & Science)

De acordo com os arqueólogos, o túmulo e os restos mortais da rainha não foram encontrados. Uma das teorias é que a tumba da governante possa ter sido saqueada em algum momento.

Ainda não está claro sobre como a governante reinava. A natureza da organização política do povo Moche ainda é um mistério. Existem indícios de que o povo antigo possuía políticas independentes que interagiam umas com as outras.

Os pesquisadores explicam que não era incomum que as mulheres se tornassem rainhas na cultura antiga. Uma delas, a “Señora de Cao”, foi encontrada, em 2006, em uma tumba enterrada com joias elaboradas, ornamentos e armas.

Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Flavia Correia
Redator(a)

Jornalista formada pela Unitau (Taubaté-SP), com Especialização em Gramática. Já foi assessora parlamentar, agente de licitações e freelancer da revista Veja e do antigo site OiLondres, na Inglaterra.