Dados de carros conectados melhoram segurança no trânsito

Coleta de informações de veículos pela GM e outras montadoras gera insights valiosos, mas também levanta preocupações sobre privacidade
Por Leandro Costa Criscuolo, editado por Bruno Capozzi 27/12/2024 04h02
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Imagem: Zapp2Photo / Shutterstock
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Darcy Bullock, professor de engenharia civil na Universidade Purdue, usa dados de carros conectados para estudar o tráfego e melhorar a segurança nas rodovias, como mostra uma matéria do New York Times.

Esses veículos, especialmente os fabricados pela General Motors e caminhões comerciais, fornecem informações detalhadas sobre a velocidade, frenagem e até o uso de limpadores de para-brisa.

Esses dados, antes difíceis de acessar, ajudam a identificar congestionamentos e perigos com mais rapidez, sem depender de anos de pesquisa ou acidentes.

Como é a coleta dos dados de trânsito

  • A GM, através do serviço OnStar, coleta esses dados e, apesar de ter sido processada por vender informações sem o consentimento dos motoristas, continua a compartilhar dados anônimos com terceiros, incluindo pesquisadores.
  • Esses dados são valiosos para entender padrões de tráfego e melhorar as infraestruturas viárias.
  • A Wejo, empresa que coletava dados de carros conectados, também foi uma fonte importante, mas declarou falência em 2023.

Pesquisadores, como Salman Ahmad, usaram esses dados para estudar o comportamento de motoristas durante evacuações e descobriram rotas congestionadas, o que pode ajudar em futuros planejamentos urbanos e estratégias de emergência.

Dados dos veículos ajudam no planjamento urbano e possibilitam um trânsito mais seguro em grandes cidades – Crédito: Metamorworks/Shutterstock

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No entanto, há preocupações sobre privacidade, com defensores argumentando que os motoristas devem ser informados e ter controle sobre os dados coletados.

A GM, por exemplo, permite que motoristas desativem os serviços de localização, mas os dados coletados ainda são amplamente utilizados por pesquisadores e departamentos de transporte. O Departamento de Transporte de Indiana, por exemplo, já aplicou mudanças baseadas em dados de frenagem para melhorar a segurança nas rodovias.

A monetização dos dados de carros conectados é uma prática crescente, mas outras montadoras estão cautelosas, aguardando o resultado dos processos contra a GM. As preocupações com a privacidade e o uso indevido desses dados permanecem um desafio para a indústria.

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Indústria automotiva quer usar dados de carros conectados, mas ainda precisa superar polêmicas sobre privacidade – Imagem: Shutterstock/Gorodenkoff
Leandro Costa Criscuolo
Colaboração para o Olhar Digital

Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.