Usadas desde a antiguidade, as bússolas estão mais presentes na sua vida do que você imagina. Em aviões, navios, satélites e até mesmo em aplicativos de navegação no celular, elas desempenham um papel crucial ao orientar deslocamentos com base nos campos magnéticos. Mas para onde a onde bússola aponta no espaço sideral?
O funcionamento da bússola é simples: sua agulha magnética, geralmente feita de aço magnetizado, alinha-se ao campo magnético terrestre, apontando para o norte magnético. Esse campo, gerado pelo movimento do núcleo externo da Terra, cria uma referência confiável para a navegação.
As bússolas tiveram origem na China, onde foram inventadas durante a Dinastia Han, por volta do século II a.C. Inicialmente usadas para práticas de geomancia, foram adaptadas para a navegação durante a Dinastia Song, no século XI, revolucionando as viagens marítimas e abrindo caminhos para a exploração global.
Para onde a bússola aponta no espaço sideral?

Uma bússola no espaço não se comportaria da mesma forma que na Terra. Em nosso planeta, as bússolas apontam para o norte magnético graças ao campo magnético gerado pelo movimento do núcleo terrestre. Esse campo é suficientemente forte para influenciar a agulha magnética e direcioná-la.
No entanto, no espaço, o funcionamento de uma bússola depende diretamente da presença de campos magnéticos predominantes na região em que ela se encontra.
A Terra possui uma magnetosfera, que é uma bolha magnética gerada pelo seu campo magnético. Essa estrutura se estende por cerca de 37.000 quilômetros na direção do Sol e até 370.000 quilômetros na direção oposta, criando uma proteção contra partículas carregadas provenientes do vento solar.
Dentro da magnetosfera, uma bússola ainda se alinharia com o norte magnético terrestre, embora a precisão possa variar dependendo da intensidade dos campos magnéticos locais ou de interferências externas. Por exemplo, em órbita terrestre baixa, como a Estação Espacial Internacional, o campo magnético da Terra ainda é forte o suficiente para guiar uma bússola.
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Ao sair da magnetosfera terrestre, a situação muda drasticamente. A bússola deixa de ser influenciada pelo campo magnético da Terra e começa a responder a outros campos magnéticos predominantes.
Um exemplo marcante é o planeta Júpiter, que possui a maior magnetosfera do Sistema Solar, com cerca de 21 milhões de quilômetros de largura. Esse campo magnético é tão forte que, se uma bússola fosse levada para as proximidades de Júpiter, ela se alinharia com o polo norte magnético desse planeta em vez do campo magnético terrestre.

Ainda mais distante, no espaço interestelar, onde não há influência significativa de campos magnéticos planetários, a bússola detectaria o campo magnético do vento solar. Esse vento é um fluxo contínuo de partículas carregadas emanadas pelo Sol, que carrega consigo um campo magnético através da heliosfera.
A heliosfera é uma bolha magnética que envolve o sistema solar e se estende muito além de Plutão. Nessas condições, a bússola não teria uma direção fixa e poderia mudar de orientação conforme interagisse com diferentes fluxos magnéticos.
Como os astronautas e naves se guiam pelo espaço?
Apesar disso, o uso de uma bússola no espaço é extremamente limitado, pois os campos magnéticos detectados podem ser muito fracos para influenciar a agulha de maneira significativa.
Além disso, os campos magnéticos no espaço não seguem um padrão fixo como os encontrados na Terra, tornando a interpretação do movimento da agulha algo complexo e pouco prático. Por esse motivo, as agências espaciais utilizam tecnologias mais avançadas, como sensores de campo magnético e giroscópios, para navegação e posicionamento no espaço.
Com informações de Live Science.