A água é um dos elementos mais fascinantes e essenciais para a vida no planeta Terra. Ela cobre cerca de 70% da superfície do globo e desempenha papéis cruciais, desde regular o clima até servir como fonte vital para todos os organismos.
Não é surpresa, portanto, que ela também seja o lar da maior diversidade de formas de vida que conhecemos. Dentre essas inúmeras criaturas, os peixes se destacam como exemplos impressionantes de adaptação evolutiva, vivendo e prosperando em um ambiente completamente aquático. Mas você já parou para pensar como eles conseguem “beber água” e se manter hidratados?
Os peixes precisam tomar água?

Ao contrário de mamíferos terrestres, que precisam ingerir água diretamente para suprir suas necessidades, os peixes enfrentam desafios bem diferentes. A maneira como eles obtêm água depende de dois fatores principais: o tipo de habitat em que vivem – água doce ou salgada – e suas adaptações fisiológicas para lidar com os níveis de salinidade.
É importante destacar que os peixes não “bebem” água da mesma forma que nós, mas suas estratégias são incrivelmente eficientes para manter o equilíbrio hídrico em seus corpos.
De que modo e com que frequência peixes se hidratam?
Peixes que habitam o mar, como atuns e cavalas, enfrentam um problema curioso: o ambiente em que vivem é extremamente salgado, o que significa que a água ao seu redor tem uma concentração de sal maior do que a que existe em seus corpos. Esse desequilíbrio faz com que eles percam água constantemente por osmose, um processo em que o líquido “sai” do corpo em direção à água mais salgada.
Para compensar essa perda, os peixes marinhos precisam ingerir água do mar ativamente. Mas beber água salgada tem um custo: o excesso de sal. Para lidar com isso, seus rins são altamente especializados em excretar grandes quantidades de sal em suas urinas concentradas, enquanto células especiais em suas brânquias ajudam a eliminar o sal adicional diretamente da corrente sanguínea.

Já os peixes que vivem em água doce, como lambaris e bagres, enfrentam o desafio oposto. Nesse caso, o ambiente tem uma concentração de sal menor do que a encontrada em seus corpos. Isso significa que, ao invés de perderem água, eles constantemente a absorvem por osmose, tanto através da pele quanto pelas brânquias.
Para evitar que seus corpos fiquem inundados, os rins desses peixes trabalham intensamente para produzir grandes volumes de urina diluída, ajudando a eliminar o excesso de água sem perder muito sal.
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Peixes cartilaginosos, como tubarões e raias, adotam uma abordagem bastante peculiar. Ao invés de excretarem completamente o excesso de sal como os peixes ósseos, eles acumulam ureia e outros compostos em seus corpos para equilibrar a concentração de sal com a água do mar.
Essa estratégia evita a perda excessiva de água e permite que eles mantenham um equilíbrio osmótico sem precisar beber grandes quantidades de água do mar.
Com informações de IFL Science.