Proteína de tardígrados pode ser chave para proteger pacientes da radioterapia

Novo tratamento experimental pode reduzir os efeitos colaterais da radioterapia em pacientes com câncer
Por Leandro Costa Criscuolo, editado por Layse Ventura 27/02/2025 06h50
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Imagem: Pasotteo/Shutterstock
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Pesquisadores do MIT, Brigham and Women’s Hospital e da Universidade de Iowa desenvolveram uma nova estratégia para proteger pacientes com câncer dos danos causados pela radiação durante o tratamento, usando uma proteína dos tardígrados, organismos microscópicos conhecidos por sua resistência à radiação.

A proteína Dsup dos tardígrados ajuda a proteger o DNA contra danos causados por radiação, e os cientistas conseguiram, ao injetar RNA mensageiro que codifica essa proteína em camundongos, proteger o DNA das células expostas à radiação. O estudo foi publicado na revista Nature Biomedical Engineering.

A radiação é um tratamento comum contra o câncer, mas seus efeitos colaterais, como lesões em órgãos como boca, garganta e intestinos, podem ser muito dolorosos e prejudiciais. Isso pode levar os pacientes a interromperem ou atrasarem o tratamento.

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A nova abordagem dos pesquisadores visa proteger especificamente as áreas do corpo que são expostas à radiação, sem afetar o tumor em si. A proteína Dsup é expressa temporariamente no corpo por meio do RNA mensageiro, o que a torna mais segura do que outras abordagens que alteram o DNA de forma permanente.

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Método utiliza RNA mensageiro para proteger o DNA das células dos pacientes (Imagem: Videologia / Shutterstock.com)

O que o estudo revelou

  • Os experimentos realizados mostraram que a injeção de mRNA nos camundongos resultou em uma redução de 50% nas quebras de DNA causadas pela radiação, protegendo eficazmente os tecidos sem afetar o tumor.
  • Além disso, a proteína Dsup não se espalhou para além do local da injeção, evitando proteger o próprio tumor.
  • A próxima fase da pesquisa envolve o aprimoramento da proteína Dsup para que ela não provoque uma resposta imunológica no organismo, tornando-a viável para uso em humanos.

Caso seja desenvolvida para uso em seres humanos, essa abordagem pode não apenas melhorar a eficácia dos tratamentos de radioterapia, mas também ser usada para proteger contra danos causados por quimioterapia ou radiação no espaço, proporcionando novas possibilidades para diversas áreas da medicina e da exploração espacial.

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Danos da radiação ao tratar câncer poderiam ser combatidos por estratégia inovadora que usa tardígrados – Imagem: 3Dstock/Shutterstock
Leandro Costa Criscuolo
Colaboração para o Olhar Digital

Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.

Layse Ventura
Editor(a) SEO

Layse Ventura é jornalista (Uerj), mestre em Engenharia e Gestão do Conhecimento (Ufsc) e pós-graduada em BI (Conquer). Acumula quase 20 anos de experiência como repórter, copywriter e SEO.