O que existe dentro da Lua? Cientistas finalmente têm a resposta

A descoberta de um núcleo sólido e metálico na Lua tem implicações significativas para a compreensão da sua história e evolução
Gabriel Sérvio10/03/2025 12h41, atualizada em 11/03/2025 20h46
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Uma equipe de cientistas liderada pelo astrônomo Arthur Briaud, do Centro Nacional Francês de Pesquisa Científica, desvendou um dos maiores mistérios da Lua: a composição do seu núcleo.

A pesquisa confirmou que o nosso satélite possui um núcleo interno sólido, com densidade semelhante à do ferro, e um núcleo externo fluido. Essa estrutura é notavelmente semelhante à da Terra, que também possui um núcleo externo líquido e um núcleo interno sólido.

Desvendando o interior da Lua

Para desvendar os segredos do interior da Lua, os cientistas utilizaram uma combinação de dados sísmicos coletados pelas missões Apollo e medições precisas da deformação da Lua, variações em sua distância da Terra e sua densidade. A análise desses dados permitiu aos pesquisadores criar um modelo detalhado da estrutura interna da Lua.

A partir desse modelo, os cientistas descobriram que o núcleo externo da Lua possui um raio de aproximadamente 362 quilômetros, enquanto o núcleo interno se estende por cerca de 258 quilômetros.

Impressão artística de diferentes instrumentos medindo as propriedades da Lua. (Créditos da imagem: Géoazur/Nicolas Sarter)

Núcleo metálico e dinâmico

A análise da densidade do núcleo interno revelou que ele é composto principalmente por ferro, com uma densidade de cerca de 7.822 kg/m³. Essa descoberta corrobora pesquisas anteriores, como a de Renee Weber, cientista planetária da NASA, que em 2011 já havia encontrado evidências de um núcleo interno sólido com composição semelhante.

Além disso, os cientistas descobriram que o manto lunar apresenta uma reviravolta ativa, com material mais denso afundando em direção ao centro e material menos denso ascendendo. Esse processo, conhecido como convecção, pode explicar a presença de certos elementos em regiões vulcânicas da Lua.

Implicações da descoberta para a história lunar

A descoberta de um núcleo sólido e metálico na Lua tem implicações significativas para a compreensão da sua história e evolução. Acredita-se que a Lua, logo após sua formação, possuía um campo magnético poderoso, gerado pelo movimento do material em seu núcleo.

A composição e a dinâmica do núcleo lunar podem explicar como e por que esse campo magnético desapareceu ao longo do tempo.

O que há dentro da Lua? Cientistas finalmente têm a resposta definitiva
Descoberta crucial lança luz sobre a história da Lua e, por extensão, do Sistema Solar. (Imagem gerada por IA/Gabriel Sérvio/Olhar Digital)

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Com o retorno da humanidade à Lua planejado para um futuro próximo, novas missões e pesquisas sísmicas poderão confirmar essas descobertas e aprofundar ainda mais nosso conhecimento sobre o nosso satélite natural.

O estudo inovador foi publicado na revista Nature.

Gabriel Sérvio é formado em Comunicação Social pelo Centro Universitário Geraldo Di Biase e faz parte da redação do Olhar Digital desde 2020.