Representação artística de um objeto interestelar detectado no espaço. Crédito: David Hajnal - Shutterstock
Um artigo publicado recentemente no periódico científico The Astrophysical Journal descreve a descoberta de uma possível nova classe de corpos interestelares, descritos como “objetos gelados embutidos peculiares”. A pesquisa foi conduzida por Takashi Onaka, Itsuki Sakon e Takashi Shimonishi, astrônomos da Universidade de Tóquio e da Universidade de Niigata, no Japão.
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De acordo com o site Phys.org, a investigação teve início em 2021, quando, ao analisar dados do telescópio infravermelho japonês AKARI, a equipe identificou dois objetos interestelares contendo gelos formados por água e moléculas orgânicas.
Esse tipo de gelo desperta interesse porque pode estar ligado à origem da vida. O aspecto surpreendente dessa descoberta foi o isolamento desses gelos, que normalmente aparecem em regiões onde estrelas estão se formando.
Para entender melhor essas estruturas, os pesquisadores recorreram ao telescópio Atacama Large Millimeter/submillimeter (ALMA), no Chile, e analisaram os dados infravermelhos dos objetos. Eles buscavam assinaturas químicas relacionadas à formação estelar, mas encontraram apenas moléculas de monóxido de silício e monóxido de carbono. Além disso, a distribuição desses compostos era mais compacta do que a observada em outros objetos gelados conhecidos.
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Com base nos dados coletados, a equipe calculou que os objetos estão de 30 mil a 40 mil anos-luz de distância da Terra. Outro ponto intrigante foi a diferença de velocidade entre os dois corpos, sugerindo que eles não possuem ligação entre si. Além disso, a ausência de radiação submilimétrica, comum nesse tipo de estrutura, chamou a atenção. Os pesquisadores também notaram que a quantidade de monóxido de silício em relação ao monóxido de carbono era maior do que a encontrada em outros objetos gelados.
Diante dessas características incomuns, os astrônomos sugerem que esses corpos possam representar um novo tipo de objeto interestelar. Para confirmar essa hipótese, eles propõem uma análise mais detalhada com os dados do Telescópio Espacial James Webb (JWST), da NASA, que pode oferecer novas pistas sobre a composição e a origem desses misteriosos gelos cósmicos.
Esta post foi modificado pela última vez em 11 de março de 2025 19:40