Representação artística elaborada com Inteligência Artificial de um cometa deixando “migalhas” em seu rastro. Crédito: Flavia Correia via DALL-E/Olhar Digital
Os cometas sempre fascinaram a humanidade com suas caudas brilhantes e trajetórias imprevisíveis. Mas por trás da beleza que vemos no céu, há muitos fatos científicos que revelam a importância desses corpos celestes para a compreensão do nosso Sistema Solar. Confira abaixo 10 curiosidades sobre os cometas que você provavelmente não sabia.
Embora muitas vezes pareçam surgir do nada, os cometas estão presos à gravidade do Sol, assim como todos os planetas do Sistema Solar. Eles seguem trajetórias bem definidas, ainda que bastante excêntricas e inclinadas. Quando se aproximam do Sol, tornam-se visíveis a olho nu, o que dá a impressão de que são imprevisíveis, mas seus movimentos podem ser calculados com precisão.
Os cometas são verdadeiros “fósseis gelados” do Sistema Solar. Compostos por uma mistura de gelo, poeira e fragmentos rochosos, eles carregam em seu interior materiais primitivos formados há cerca de 4,5 bilhões de anos. Esses elementos são vestígios da nuvem que deu origem ao Sol e aos planetas, funcionando como cápsulas do tempo cósmicas.
A maioria dos cometas tem origem em duas regiões extremas do Sistema Solar: a Nuvem de Oort e o Cinturão de Kuiper. A primeira fica muito além da órbita de Plutão, numa região quase intergaláctica. Já o Cinturão de Kuiper é mais próximo e é o lar de milhares de corpos gelados. Ambos os locais abrigam objetos remanescentes da formação do Sistema Solar, que ocasionalmente são empurrados em direção ao Sol por forças gravitacionais.
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Ao contrário dos planetas, que têm órbitas quase circulares, os cometas seguem órbitas altamente elípticas. Isso significa que eles passam por períodos muito distantes do Sol, onde permanecem inativos e escuros, e outros em que se aproximam da estrela, ganhando brilho e desenvolvendo suas características caudas. Essa variação de distância influencia diretamente sua aparência e atividade.
Os cometas são classificados de acordo com o tempo que levam para completar uma órbita em torno do Sol. Cometas de curto período completam esse ciclo em até 20 anos, como o famoso Halley. Já os de longo período podem levar centenas ou milhares de anos para retornar, como o cometa Hale-Bopp. Existe ainda uma categoria intermediária chamada de cometas do tipo Halley, com períodos entre 20 e 200 anos.
Um cometa é formado por três componentes principais: o núcleo, a coma e as caudas. O núcleo é o centro sólido, feito de gelo e rochas. A coma é uma nuvem de gás e poeira que envolve o núcleo quando ele aquece ao se aproximar do Sol. As caudas, sim, no plural, se formam quando partículas da coma são empurradas pelo vento solar, criando um rastro espetacular que pode se estender por milhões de quilômetros.
A cauda de um cometa pode brilhar de duas maneiras distintas. A primeira é por reflexão da luz solar sobre a poeira expelida pelo núcleo. A segunda ocorre quando o gás da coma interage com a radiação do Sol, criando uma cauda azulada chamada de cauda iônica, composta por moléculas excitadas. Algumas caudas também emitem luz amarelada por causa de átomos de sódio neutros.
Os cometas podem ter tamanhos bem diferentes. Alguns possuem núcleos com menos de um quilômetro de diâmetro, enquanto outros, como o cometa Chiron, chegam a medir até 300 quilômetros. No entanto, cometas gigantes como esse não costumam se aproximar do interior do Sistema Solar. Em geral, os cometas visíveis da Terra têm entre 1 e 10 quilômetros de diâmetro.
Embora seja raro, existe a possibilidade de um cometa colidir com a Terra. Por isso, cientistas monitoram constantemente a trajetória desses corpos celestes. Conhecer a estrutura, a composição e o comportamento dos cometas é fundamental para desenvolver planos de defesa planetária, caso um deles entre em rota de colisão com nosso planeta.
Mesmo com os avanços da ciência, ainda há muito mistério em torno da estrutura interna dos cometas. Sabemos que sua superfície é escura e por vezes irregular, mas não se sabe ao certo se existe uma crosta sólida, camadas internas ou um núcleo poroso. Missões espaciais como a Deep Impact ajudam a desvendar essas questões, revelando como esses corpos se formaram e como evoluem com o tempo.
Com informações de University of Maryland – Deep Impact
Esta post foi modificado pela última vez em 31 de março de 2025 14:49