O que é o brain fog e o que tem a ver com covid-19?

Descubra o que é o brain fog, como ele afeta a cognição e por que está relacionado à covid-19
Por Simone Cordeiro, editado por Layse Ventura 26/05/2025 07h20
A imagem mostra uma pessoa sentada sobre um acolchoado cilíndrico claro, vestindo uma camiseta branca e calça jeans azul clara. No lugar da cabeça, há uma grande nuvem, que obscurece completamente o rosto e os cabelos. O fundo é uma parede cinza simples.
Essa representação visual transmite a sensação de confusão mental ou dispersão de pensamentos, possivelmente simbolizando o Brain Fog e seus efeitos cognitivos/Freepik_Gerado com IA
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A pandemia de covid-19 trouxe diversas consequências para a saúde, e uma delas é o “brain fog”, ou névoa mental em português. Esse fenômeno afeta a cognição, causando dificuldades de concentração, lapsos de memória e sensação de confusão mental.

Embora seja um sintoma relatado em diversas condições médicas, ele ganhou destaque devido à sua associação com a covid-19 longa. Entenda a seguir como a infecção pode desencadear a névoa mental, segundo estudos e especialistas que investigam os impactos do vírus no cérebro.

O que é o brain fog?

O termo “brain fog” não se refere a uma doença específica, mas sim a um conjunto de sintomas cognitivos que incluem dificuldade de concentração, esquecimento e raciocínio lento. Pessoas que sofrem com essa condição relatam sensação de confusão mental, como se estivessem “presas” em um estado de baixa clareza cognitiva.

A Icahn School of Medicine at Mount Sinai, nos Estados Unidos, tem investigado o “brain fog” e apontou que essa névoa mental pode ter diversas causas, incluindo doenças crônicas, estresse, privação de sono e até efeitos colaterais de medicamentos.

Jovem de terno médico branco azul luvas azul máscara protetora com estetoscópio na rosa
O brain fog pode afetar a concentração, a memória e a clareza mental, impactando a rotina de quem sofre com essa condição/Imagem Freepik_Foto KamranAydinov

No entanto, a relação do “brain fog” com a covid-19 é amplamente pesquisada pela instituição. Os pesquisadores analisaram pacientes com covid-19 que apresentavam disfunção cognitiva persistente, mesmo após meses da infecção.

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Como a covid-19 está relacionada ao brain fog?

A covid-19 longa, condição em que os sintomas persistem por meses após a infecção inicial, tem sido associada ao “brain fog”. Um estudo do King’s College London revelou que indivíduos que tiveram covid-19 e apresentaram sintomas por mais de três meses mostraram comprometimento cognitivo significativo.

Os pesquisadores identificaram que o vírus pode afetar o sistema nervoso central, causando inflamação no cérebro e impactando funções cognitivas. Além disso, a resposta imunológica prolongada pode interferir na comunicação entre neurônios, contribuindo para a sensação de névoa mental.

Possíveis tratamentos e estratégias para lidar com o brain fog

A imagem mostra uma ilustração científica de um cérebro humano, rodeado por fios de DNA e estruturas que lembram vírus com espículas ao redor. O fundo azul vibrante contém partículas dispersas, dando uma sensação de profundidade e complexidade.
O Brain Fog, associado à Covid-19 longa, pode causar dificuldades cognitivas/Freepik_kjpargeter

Embora ainda não exista um tratamento específico para o “brain fog” relacionado à Covid-19, especialistas recomendam algumas estratégias para minimizar seus efeitos:

  • Exercícios para estimular a memória e a concentração podem ajudar na recuperação.
  • A qualidade do sono é essencial para a função cerebral, e melhorar hábitos de descanso pode reduzir os sintomas.
  • A alimentação equilibrada enriquecida com nutrientes como ômega-3 e antioxidantes pode contribuir para a saúde cerebral.
  • Exercícios ajudam na circulação sanguínea e na oxigenação do cérebro, melhorando a cognição.

Segundo uma revisão publicada na Revista Debates em Psiquiatria, a abordagem multidisciplinar é crucial para lidar com os sintomas persistentes e ajudar os pacientes a retomarem suas atividades diárias.

De acordo com o médico oncologista, cientista e escritor Drauzio Varella em seu portal, as estratégias de tratamento para essa névoa cerebral estão relacionadas ao comportamento e, não a medicação. Dessa forma, o especialista reforça o conjunto de ações que citamos acima: alimentação saudável, atividade física em dia e estimulação cerebral.

Simone Cordeiro
Colaboração para o Olhar Digital

Simone Cordeiro é jornalista formada pela Universidade Nove de Julho. Em 8 anos de experiência, passou por agências de marketing, empresas de tecnologia e indústria. Hoje, é redatora no Olhar Digital.

Layse Ventura
Editor(a) SEO

Layse Ventura é jornalista (Uerj), mestre em Engenharia e Gestão do Conhecimento (Ufsc) e pós-graduada em BI (Conquer). Acumula quase 20 anos de experiência como repórter, copywriter e SEO.