Pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) descobriram uma nova espécie pré-histórica no Brasil. O fóssil – que consiste em ossos da cintura – foi encontrado no município de Santa Cruz do Sul e detalhado recentemente em um artigo no periódico Scientific Reports.
Entenda:
- O fóssil de uma espécie pré-histórica inédita foi encontrado no Sul do Brasil;
- A descoberta foi feita por pesquisadores da UFRGS e batizada de Itaguyra occulta;
- O exemplar pertence ao grupo dos silessauros, que, no Brasil, só é encontrado no Rio Grande do Sul;
- O fóssil já está em exibição e pode revelar novas informações sobre o passado da região brasileira.

De acordo com a equipe, o fóssil – que foi batizado de Itaguyra occulta – viveu há cerca de 237 milhões de anos, no Triássico Médio, e pertence a uma nova espécie de silessauro. O grupo era composto por répteis de aproximadamente 1 metro, com membros longos, bico na mandíbula e hábitos alimentares insetívoros ou herbívoros.
Leia mais:
- Pele fossilizada mais antiga do mundo encontrada em caverna nos Estados Unidos
- Fragmentos de crânio apontam para a existência de “mini” Tiranossauros
- Turtwigs: fósseis de tartarugas foram confundidos com plantas
Fóssil inédito estava junto a ossos de outros animais
Em comunicado, Francesco Battista, co-autor do artigo, explica que o nome da nova espécie “está ligado a como o fóssil foi ‘re-descoberto’.” Em Tupi, Ita significa “pedra”, e guyra significa “ave”. Já occulta, latim para “oculto”, vem do fato de que o fóssil estava escondido “em meio a ossos de outros animais”.
Vale mencionar que, no Brasil, os fósseis de silessauros só são encontrados no Rio Grande do Sul. Alguns exemplos são o Gamatavus antiquus e o Gondwanax paraisensis, do Triássico Médio, ou Amanasaurus nesbitti e Sacisaurus agudoensis, do Triássico Superior.

Fóssil encontrado no Sul do Brasil já está em exibição
A descoberta do I. occulta deve trazer novos insights sobre o período em que o animal viveu. “É mais um tijolo colocado na construção de um panorama sobre a fauna, o ambiente e o clima do passado do Rio Grande do Sul. E, como todos já sabemos, é somente quando olhamos para a dinâmica da Terra e da vida no passado que podemos compreender o futuro do nosso planeta”, destaca Heitor Francischini, co-autor do estudo.
O I. occulta já ganhou uma reconstrução artística e está, atualmente, em exibição no Museu de Paleontologia Irajá Damiani Pinto, que fica no Campus do Vale da UFRGS.