O que aconteceria se a velocidade da luz fosse menor?

Entenda o que é a velocidade da luz e descubra o que aconteceria se ela fosse menor, afetando o Universo e a vida como conhecemos
Por João Velozo, editado por Layse Ventura 16/07/2025 07h20, atualizada em 05/08/2025 14h09
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Representação artística de um par de buracos negros ativos no coração de duas galáxias em fusão. Ambos são cercados por um disco de acreção de gás quente. Parte do material é ejetado ao longo do eixo de rotação de cada buraco negro. Confinados por poderosos campos magnéticos, os jatos brilham pelo espaço quase à velocidade da luz como feixes devastadores de energia. Crédito: NASA, ESA, Joseph Olmsted (STScI)
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O Universo é um palco de movimentos rápidos e forças grandiosas. Carros atingem velocidades impressionantes nas estradas, meteoros cruzam o céu a milhares de quilômetros por hora e até o nosso planeta realiza sua órbita ao redor do Sol a uma velocidade impressionante de aproximadamente 107.000 quilômetros por hora.

Mas, nada que conhecemos chega perto da velocidade da luz, o limite máximo para a propagação de energia e informação no vácuo. Essa constante define as regras do espaço e do tempo, sustenta teorias fundamentais da física e permite que compreendamos fenômenos cósmicos.

E se essa velocidade fosse um pouquinho mais lenta? O que seria da existência do Universo e do espaço-tempo como conhecemos?

A velocidade da luz é um dos pilares fundamentais da física moderna e está presente em praticamente todas as explicações científicas sobre o Universo. Sem esse valor, não seria possível compreender conceitos como tempo, espaço, gravidade ou energia.

O número que hoje conhecemos como aproximadamente trezentos mil quilômetros por segundo define a rapidez máxima com que a informação e a matéria podem se mover no vácuo. Essa constante está nas bases da Teoria da Relatividade, na compreensão da origem do cosmos e na tecnologia que utilizamos todos os dias.

O que é a velocidade da luz?

Imagem: Marcelo Zurita

A velocidade da luz é a taxa máxima em que a luz e todas as outras formas de radiação eletromagnética se propagam pelo vácuo. Medida em aproximadamente 299.792 quilômetros por segundo, ela funciona como um limite natural para a movimentação de energia e informação.

Essa constante universal está presente em fórmulas fundamentais como a famosa equação de Einstein, “E = mc²”, que relaciona energia, massa e a própria velocidade da luz. Sem ela, não compreenderíamos os fenômenos que regem estrelas, buracos negros ou a expansão do Universo.

Esse valor também orienta diversas tecnologias do nosso dia a dia. Sistemas de comunicação via satélite, redes de internet, GPS e até exames médicos como ressonância magnética dependem de cálculos precisos baseados na velocidade da luz.

Na ciência, ela permite medir distâncias cósmicas, estimar o tempo que a luz leva para chegar de estrelas distantes e compreender a idade de galáxias. O impacto desse número é tão amplo que qualquer alteração hipotética no seu valor mudaria completamente as leis físicas que conhecemos.

O que aconteceria se a velocidade da luz fosse menor?

Efeito Terrell-Penrose: objetos próximos à velocidade da luz parecem estar girando aos olhos de um observador. Crédito: TU Wien

Se a velocidade da luz fosse menor, o primeiro impacto seria nas relações fundamentais entre espaço e tempo. Uma luz mais lenta significaria que informações e energia levariam mais tempo para se propagar, o que mudaria o comportamento das estrelas, o equilíbrio térmico dos planetas e até a forma como a gravidade influencia os corpos celestes. O Universo seria um lugar diferente, possivelmente mais denso e sujeito a processos evolutivos mais lentos.

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Os próprios átomos poderiam ter outra estrutura, pois as interações eletromagnéticas também seriam afetadas. Isso teria consequências diretas para a química e para a formação de moléculas complexas, podendo dificultar ou até impedir o surgimento da vida como a conhecemos.

O céu noturno também seria distinto. Estrelas e galáxias pareceriam mais apagadas ou distantes porque a luz demoraria mais a chegar até nós. Fenômenos como eclipses, supernovas e explosões cósmicas seriam observados com atrasos ainda maiores do que já ocorrem.

Além disso, a tecnologia humana seria completamente diferente. Sistemas de comunicação baseados em sinais eletromagnéticos teriam latências enormes. Viagens espaciais, que já são um desafio, se tornariam ainda mais limitadas, pois a troca de informações com sondas e naves levaria muito mais tempo.

Até mesmo a percepção do tempo seria alterada, já que a luz é o nosso principal meio de medir distâncias e registrar eventos.

A velocidade da luz é mais do que um número fixo. Ela é a base para o funcionamento de tudo o que conhecemos, desde os fenômenos cósmicos até as tecnologias que usamos todos os dias. Imaginar um Universo onde a velocidade da luz fosse menor é um exercício que revela o quanto dependemos dessa constante para compreender a realidade e para desenvolver tudo o que sustenta nossa civilização.

Com informações de Live Science.

João Velozo
Colaboração para o Olhar Digital

João Velozo é um jornalista e fotógrafo freelancer com base em Pernambuco, Brasil.

Layse Ventura
Editor(a) SEO

Layse Ventura é jornalista (Uerj), mestre em Engenharia e Gestão do Conhecimento (Ufsc) e pós-graduada em BI (Conquer). Acumula quase 20 anos de experiência como repórter, copywriter e SEO.