Esse dinossauro tinha uma ‘vela’ nas costas para atrair parceiros, aponta estudo

Espécie de dinossauro desenvolveu crista em forma de vela para chamar atenção de potenciais parceiros
Por Ana Julia Pilato, editado por Lucas Soares 25/08/2025 15h41
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(Imagem: James Brown/University of Portsmouth)
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Novas análises de um fóssil de dinossauro revelaram uma “vela” (como as usadas em barcos) que se desenvolveu com o tempo ao longo das costas e cauda para atrair potenciais parceiros. O espécime de cerca de 125 milhões de anos foi descoberto anteriormente na Ilha de Wight, Inglaterra, e os resultados foram publicados na Papers in Palaeontology.

Entenda:

  • Uma espécie de dinossauro desenvolveu uma “vela” dorsal para atrair parceiros;
  • A descoberta foi revelada em um estudo que analisou um antigo fóssil da Ilha de Wight, na Inglaterra;
  • Até então, acreditava-se que o espécime era de um iguanodon comum da ilha, mas novas análises mostraram o detalhe inédito;
  • A crista em formato de vela nas costas e cauda pode ter se desenvolvido ao longo do tempo como parte de uma “exibição sexual”, para atrair parceiros.
Representação artística em escala do Istiorachis Macarthurae. (Imagem: James Brown/University of Portsmouth)

Após sua descoberta, o fóssil de dinossauro vinha sendo mantido nas coleções do museu Dinosaur Isle, na Ilha de Wight. Análises prévias apontaram que o material pertencia a uma espécie de iguanodon comum da ilha – até que Jeremy Lockwood, clínico geral aposentado, percebeu um detalhe incomum.

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Dinossauro desenvolveu crista em forma de vela nas costas 

Jeremy Lockwood ao lado da coluna vertebral do Istiorachis Macarthurae. (Imagem: University of Portsmouth)

Lockwood estava reexaminando os fósseis de dinossauros do museu para seu doutorado na Universidade de Portsmouth e no Museu de História Natural de Londres. Durante as pesquisas, ele notou que o iguanodon possuía uma crista em formato de vela nas costas – algo jamais visto em qualquer outro espécime da ilha.

“Embora o esqueleto não estivesse tão completo quanto alguns dos outros encontrados, ninguém havia realmente examinado esses ossos de perto antes. Acreditava-se que fosse apenas mais um espécime de uma das espécies existentes, mas este tinha espinhos neurais particularmente longos, o que era muito incomum”, conta Lockwood em um comunicado.

Novo nome do fóssil homenageia velejadora recordista

Nome científico do dinossauro homenageia a velejadora Ellen MacArthur. (Imagem: Nikeush/Wikimedia Commons)

O dinossauro foi, então, rebatizado: Istiorachis macarthurae. Istiorachis significa “espinha de vela”, e macaruthurae é uma homenagem a Ellen MacArthur, velejadora e habitante da Ilha de Wight que estabeleceu, em 2005, o recorde mundial de viagem solo mais rápida sem escalas ao redor do mundo – e isso em sua primeira tentativa. 

“A evolução às vezes parece favorecer o extravagante em detrimento do prático. Embora o propósito exato dessas características seja debatido há muito tempo – com teorias que vão da regulação do calor corporal ao armazenamento de gordura –, pesquisadores acreditam que a explicação mais provável neste caso seja a sinalização visual, possivelmente como parte de uma exibição sexual, e isso geralmente se deve à seleção sexual”, completa Lockwood sobre a “vela” do dinossauro.

Ana Julia Pilato
Colaboração para o Olhar Digital

Ana Julia Pilato é formada em Jornalismo pela Universidade São Judas (USJT). Já trabalhou como copywriter e social media. Tem dois gatos e adora filmes, séries, ciência e crochê.

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.