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Nos subúrbios do sul de Londres, na Inglaterra, um conjunto de rochas gigantes decora praças e parques. Mas esse não é um grupo comum de pedras, são fragmentos do passado da Terra forjados há mais de dois bilhões de anos e transportados por centenas de quilômetros para comemorar a virada do milênio.
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Classificadas como Gnaisses Lewisianos, essas rochas se originaram nas Ilhas Hébridas, um arquipélago ao norte da Escócia. Elas são algumas das mais antigas formações da Europa Ocidental, segundo a instituição Scottish Geology Trust.

Quando o planeta Terra começou a esfriar, essas rochas se solidificaram nas profundezas da crosta terrestre. No decorrer do tempo, chegaram a profundidades de mais de 25 quilômetros, onde o calor e a pressão intensos as transformaram.
As forças no interior do planeta cristalizaram e alinharam os minerais em seu interior, formando camadas claras e escuras. Depois, os movimentos tectônicos comprimiram essas faixas, criando os padrões espiralados característicos dos gnaisses.
Rochas ancestrais são um marco na história da Terra e da humanidade
A ideia de levar essas rochas primordiais para Londres surgiu nas salas de reunião da Sociedade Geológica de Ravensbourne, em 1999, quando essa instituição decidiu comemorar o marco histórico da virada do milênio.
O jovem geólogo Austin Lockwood, que explorava o norte escocês na época, sugeriu que alguns desses gigantes blocos com bilhões de anos fossem espalhados pelo bairro do Bromley, ao sul da capital inglesa, para celebrar a data. Das ilhas Hébridas à Londres, a viagem com esse material percorreu mais de 750 quilômetros, quase a extensão completa das Ilhas Britânicas de norte a sul.
Segundo um relato escrito pelo pesquisador, essa seria uma forma de levar as pessoas a perceber a imensidão do tempo geológico em comparação com a chegada do segundo milênio d.C., conectando o calendário humano à história da Terra.

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Os geólogos batizaram as pedras de Rochas do Milênio e organizaram um piquenique no parque Crystal Palace para inaugurá-las. Mais de 3 mil pessoas participaram do evento e os pesquisadores distribuíram fragmentos do gnaisse a 45 mil crianças da região.
Hoje, essas rochas figuram entre os objetos mais antigos de Londres. De acordo com o mapeamento da London Pavement Geology, existem 19 exemplares espalhados pela capital inglesa, que funcionam como marcos da história humana e testemunhos dos bilhões de anos da Terra.