Justiça manda bloquear site que vendia CPFs e endereços de brasileiros

"Tudo Sobre Todos" alega usar base de dados pública para comercializar informações pessoais de cidadãos brasileiros
Rodrigo Mozelli29/09/2025 16h51
Pessoa digitando no teclado de um notebook com um cadeado holográfico pairando em cima
Pagamentos variam de centenas a milhares de reais (Imagem: Song_about_summer/Shutterstock)
Compartilhe esta matéria
Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

A Justiça Federal determinou o bloqueio do site “Tudo Sobre Todos”, acusado de comercializar dados pessoais de cidadãos brasileiros.

A decisão foi proferida pela 1ª Vara Federal do Rio Grande do Norte, em uma ação pública movida pelo Ministério Público Federal (MPF) e pela Advocacia-Geral da União (AGU), que contou com a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) como amicus curiae (entidade ou pessoa que não é parte em um processo judicial, mas intervém para fornecer informações ou subsídios técnicos e jurídicos relevantes).

Página do Tudo Sobre Todos
Portal afirma obter informações públicas (Imagem: Reprodução)

Decisão da Justiça

Segundo a sentença, a venda de informações pessoais “afronta diretamente os direitos fundamentais à privacidade, à proteção de dados e à segurança dos consumidores”. O juiz responsável também ordenou que buscadores, como Google, Yahoo, Baidu e Bing, bloqueiem o acesso à página em seus resultados no Brasil, até o julgamento definitivo do caso.

Além disso, foi autorizada a expedição de pedido de cooperação internacional para que autoridades suecas avaliem a desativação definitiva do site. A página opera sob o domínio tudosobretodos.se, registrado na Suécia.

Leia mais:

Escrito "LGPD" em fundo amarelo ao lado de um cadeado aberto com a bandeira do Brasil impressa
Segundo a Justiça, portal fere, além da Constituição, o Marco Civil da Internet e do Código de Defesa do Consumidor, a LGPD (Imagem: SkazovD/Shutterstock)

Por que a Justiça mandou bloquear o site?

  • A decisão destacou que o funcionamento do Tudo Sobre Todos infringe a Constituição Federal, o Marco Civil da Internet, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e o Código de Defesa do Consumidor (LGPD);
  • De acordo com a descrição do próprio site, o objetivo é reunir “dados da maior quantidade possível de fontes públicas” para “tornar mais fácil a localização de pessoas e empresas”. Entre as informações disponíveis em uma busca estão nome, endereço, CPF, perfis em redes sociais e até nomes de vizinhos;
  • O serviço é oferecido em pacotes mensais, que variam de R$ 299,90 a R$ 4.199,90. O plano básico permite até dez pesquisas mensais, enquanto o mais caro possibilita 100 mil consultas. O pagamento pode ser feito via Pix, bitcoin e outras criptomoedas;
  • Segundo as investigações, também é possível adquirir créditos para buscas a partir de cerca de R$ 30. Para impedir essa prática, o Mercado Livre foi notificado e deverá suspender a conta por meio da qual esses créditos vinham sendo comercializados.

Imagem ilustrativa mostra silhuetas de pessoas e logotipo do Google
Buscadores, como o Google, já receberam solicitação para tirar portal de seus motores de busca (Imagem: PhotoGranary02/Shutterstock)

Quem faz muitas tarefas ao mesmo tempo está mais sujeito a golpes

Se você é daquelas pessoas que faz várias tarefas ao mesmo tempo, seja em casa ou no trabalho, cuidado. Um estudo publicado no European Journal of Information Systems revelou que essa prática aumenta o risco de cair em phishing, um tipo de golpe comum na internet.

Isso porque, quando a pessoa divide a atenção entre várias atividades, diminui a probabilidade de identificar os sinais de um golpe.

Leia a matéria completa aqui

Rodrigo Mozelli é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP) e, atualmente, é redator do Olhar Digital.