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A COP30, conferência do clima das Nações Unidas, começa nesta segunda-feira (10) em Belém (PA), a primeira realizada na Amazônia. O evento reúne cerca de 50 mil participantes (chefes de Estado, cientistas, ativistas, diplomatas, empresários) para discutir soluções diante do agravamento da crise climática global.
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Durante duas semanas de negociações, representantes de quase 200 países tentarão transformar compromissos políticos em metas concretas, com prazos e recursos definidos.
A edição de 2025 é simbólica. Além de marcar os dez anos do Acordo de Paris, ela ocorre num momento em que 2025 deve encerrar entre os anos mais quentes já registrados no planeta, segundo o observatório europeu Copernicus.
O que é a COP e por que esta edição é especial
A COP – sigla para Conference of Parties, ou Conferência das Partes – é o principal fórum global da ONU sobre mudanças climáticas.

Criada em 1995, reúne todos os anos 197 países e a União Europeia para negociar ações de redução das emissões de gases de efeito estufa e buscar soluções conjuntas para conter o aquecimento global.
As decisões são tomadas por consenso, o que exige diálogo e acordos entre nações com realidades econômicas e ambientais muito distintas.
A COP30, em Belém, é considerada uma das mais importantes da história recente. O governo brasileiro vem chamando esta edição de “COP da verdade”, em referência à expectativa de que promessas anteriores se tornem ações efetivas.
A realização na Amazônia também tem valor simbólico. Isso porque o bioma é um dos mais afetados pelas mudanças climáticas. Ao mesmo tempo, é essencial para o equilíbrio do clima global.
O que está em jogo nas negociações em Belém
As discussões da COP30 se concentram em três grandes eixos:
- Transição energética;
- Adaptação climática;
- Financiamento.
O Brasil tenta liderar a construção de um “mapa do caminho” para a transição energética — um roteiro que deve estabelecer prazos e responsabilidades de cada país na substituição dos combustíveis fósseis por fontes renováveis.
A meta é reduzir a dependência de petróleo, gás e carvão e acelerar o uso de energia limpa e eficiência energética, segundo o G1.
Outro ponto central é o financiamento climático, considerado o principal impasse entre países desenvolvidos e em desenvolvimento.

Na COP29, realizada em Baku, as nações ricas prometeram destinar US$ 300 bilhões (cerca de R$ 1,7 trilhão) por ano para ações de mitigação e adaptação – valor que ficou bem abaixo da estimativa da ONU, que calcula em US$ 1,3 trilhão (aproximadamente R$ 7,1 trilhões) o montante necessário para cumprir o Acordo de Paris.
Em Belém, o debate deve girar em torno de quem vai pagar a conta e como distribuir os recursos entre países mais e menos poluentes, de acordo com o Nexo Jornal.
Há ainda a expectativa de definição de indicadores globais de adaptação, que servirão para medir o progresso de cada país na resposta aos efeitos das mudanças climáticas. Essa decisão precisa ser tomada até o fim de 2025. E deve provocar embates sobre critérios técnicos e responsabilidades compartilhadas.
Além das pautas oficiais, podem entrar em discussão temas como a eliminação gradual dos combustíveis fósseis e um plano global de desmatamento zero até 2030, ambos previstos no Balanço Global aprovado na COP28, em Dubai.
COP30 deve ser marcada por desafios e pela busca de resultados concretos
A COP30 acontece num contexto de urgência climática. Relatórios recentes da ONU e do observatório europeu Copernicus mostram que as emissões globais de gases de efeito estufa atingiram níveis recordes e que o planeta pode ultrapassar, ainda nesta década, o limite de 1,5 °C de aquecimento previsto no Acordo de Paris.

Segundo o relatório Emissions Gap 2025, as promessas atuais de redução de emissões levariam a um aumento médio de 2,3 °C a 2,5 °C até 2100, caso fossem cumpridas integralmente – o que ainda não ocorre. Esse cenário reforça o tom de alerta que deve dominar as discussões em Belém.
O evento também reflete tensões políticas globais. Os Estados Unidos, sob o governo de Donald Trump, decidiram não participar da conferência após abandonarem o Acordo de Paris no início de 2025.
O gesto reduziu o peso diplomático das negociações e aumentou a pressão sobre outros países, especialmente o Brasil, que tenta assumir papel de liderança climática.
Leia mais:
- ONU alerta: 2025 pode ser o segundo ou terceiro ano mais quente já registrado
- Mudanças climáticas: o que são e quais suas causas e efeitos no planeta
- Entenda o que é ecoansiedade e qual relação com as mudanças climáticas
A estratégia brasileira inclui iniciativas como o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, na sigla em inglês) e o Pacto Belém 4X, voltados à preservação ambiental e ao desenvolvimento sustentável da Amazônia.
Na abertura da cúpula de líderes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que “fazer da COP30 a COP da verdade implica reconhecer os avanços, mas também admitir que o mundo ainda está distante de atingir o objetivo do Acordo de Paris”.