7 sinais de que o uso do celular já está afetando seu corpo (e você nem percebeu)

Descubra sinais de que o uso do celular pode estar afetando o seu corpo. Dores, insônia, falta de concentração e prejuízos à pele
Por Simone Cordeiro, editado por Layse Ventura 30/11/2025 23h20
Mulher branca com cabelo longo e camisa jeans segura um celular com uma mão e levanta a outra, expressando confusão ou frustração diante de fundo amarelo.
Uso excessivo do celular pode causar dores musculares, insônia, envelhecimento da pele e déficit de atenção, alertam especialistas/Shutterstock_Kyryk Ivan
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Como assim o uso do celular pode estar afetando o seu corpo? Pois é, isso pode parecer algo distante, mas, na prática, está mais presente do que imaginamos. Pequenos hábitos, como checar mensagens antes de dormir ou passar horas rolando a tela, podem gerar impactos físicos silenciosos que só percebemos quando os sintomas já estão instalados.

Por isso, é importante ter atenção aos sinais que o corpo apresenta. Neste artigo, você vai descobrir quais mudanças podem estar acontecendo sem que você perceba, e como elas estão diretamente ligadas ao tempo que passamos conectados. Continue lendo e veja se algum desses sinais já faz parte da sua rotina.

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Quais sinais observar no seu corpo?

1. Dor no pescoço e nos ombros

Estudos mostram que checar o celular o tempo todo prejudica o cérebro
Estudos mostram que checar o celular o tempo todo prejudica o cérebro (Imagem: Ekateryna Zubal / Shutterstock)

Um dos primeiros sinais de que o uso do celular pode estar afetando o seu corpo é um movimento bastante natural. No entanto, por ser algo constante, pode trazer sérios problemas ao longo do tempo. Esse movimento consiste no ato de olhar para baixo em direção ao celular. Muito além de ser não é apenas um hábito comum, é também um dos maiores vilões da saúde postural.

 Isso porque esse movimento repetitivo sobrecarrega a musculatura cervical e dá origem ao chamado “text neck”, condição que provoca dores constantes e pode comprometer a postura ao longo do tempo. Consequentemente, o resultado é um acúmulo de tensão que se espalha pelo pescoço, ombros e até pelas costas, gerando desconforto e favorecendo problemas ortopédicos mais sérios.

2. Olhos secos e visão embaçada

Menina usando celular durante à noite, deitada na cama.
Uso excessivo de celular prejudica a saúde dos olhos/Crédito: F01 PHOTO/Shutterstock

Sobretudo, a exposição prolongada à tela reduz a frequência do piscar natural dos olhos, o que gera ressecamento e fadiga ocular. Oftalmologistas alertam que esse hábito pode acelerar sintomas de vista cansada.

Segundo o oftalmologista da Secretaria de Saúde do DF, Cassiano Rodrigues Isaac ao portal da instituição, além do cansaço da visão e a secura dos olhos o hábito também pode causar miopia. O especialista também destaca que há diversos estudos em andamento que relacionam o constante uso de telas e os prejuízos visuais.

3. Formigamento nas mãos

Mão de pessoa idosa mexendo no celular
Usar o celular em excesso pode contribuir para a síndrome do túnel do carpo, segundo estudos (Imagem: pvproductions/Freepik)

Segurar o celular por longos períodos não é apenas um hábito desconfortável: ele pode comprimir nervos e tendões, causando dormência ou formigamento nas mãos. Esse esforço repetitivo, quando constante, aumenta o risco de inflamações e pode evoluir para problemas mais sérios, como a síndrome do túnel do carpo, que compromete a mobilidade e gera dores crônicas.

Essa relação foi confirmada por um estudo da Universidade Politécnica de Hong Kong, que mostrou que usuários intensivos de celulares relataram dores e formigamento nos pulsos e nas mãos com muito mais frequência do que os usuários moderados. Os pesquisadores também identificaram sinais de danos no nervo mediano do carpo, reforçando a preocupação com o impacto do uso excessivo dos dispositivos móveis na saúde musculoesquelética.

4. Insônia ou sono irregular

mulher deitada em uma cama com mão sobre o rosto com olhos fechados, mas com a luza do dia entrando no quarto.
Estudos comprovam os prejuízos relacionados ao sono e uso do celular/Imagem: KieferPix/Shutterstock

Outra grande vilã do uso de celular que pode estar afetando o seu corpo é a luz azul emitida pelas telas. Afinal, ela interfere diretamente na produção de melatonina, hormônio que regula o sono. Quando essa produção é reduzida, o corpo encontra dificuldade para iniciar o descanso, resultando em noites mal dormidas e sensação de cansaço constante. Esse efeito é ainda mais intenso quando o uso do celular acontece antes de dormir, já que o cérebro permanece em estado de alerta.

Isso ficou evidente em um estudo publicado na Psychiatry Research pela Universidade Politécnica de Hong Kong, que analisou adolescentes de cinco escolas secundárias. Os pesquisadores observaram que o uso intensivo de smartphones estava associado a padrões de sono irregulares, maior dificuldade para adormecer, sintomas de insônia e até depressão.

5. Dores de cabeça frequentes

Mulher jovem sofre de dor de cabeça contra um fundo escuro.
A dor de cabeça é reflexo do uso excessivo de telas/ Crédito: Artem Furman (Shutterstock)

Esse sinal de que o uso do celular já está afetando seu corpo esforço é, em grande parte, reflexo de outros prejuízos como o cansaço visual e a postura incorreta. Afinal, esses estão entre as principais causas de cefaleia tensional. Neurologistas apontam que o excesso de tempo em frente às telas é um gatilho comum para dores de cabeça.

Pesquisadores identificaram uma relação clara entre o tempo de exposição às telas e o aumento de dores de cabeça em crianças. O levantamento apontou que 57% dos participantes relataram episódios de dor causados pelo uso do computador, evidenciando como o esforço visual e a postura incorreta diante das telas podem desencadear sintomas de enxaqueca.

6. Falta de concentração

duas garotas com sacolas de compras animadas, olham o celular
O uso constante do celular e a checagem de notificações fragmentam a atenção(Imagem: @senivpetro/Freepik)

Muita atenção no celular, prejudica a atenção na vida! Isso acontece porque o hábito de checar notificações constantemente fragmenta a atenção. Isso pode reduzir a capacidade de foco em tarefas simples e até prejudicar a memória de curto prazo.

De acordo com Larry Rosen, professor da Universidade Estadual da Califórnia e pesquisador de psicologia da tecnologia, o excesso de tempo diante das telas e a necessidade de responder rapidamente às notificações criam um estado de ansiedade permanente. Em entrevista à BBC, Rosen destacou que muitos jovens e adultos ficam “em alerta constante”, esperando novas mensagens, o que dificulta a concentração em atividades importantes e aumenta a sensação de estresse.

7. Alterações na pele do rosto

Envelhecimento da pele, imagem de um rosto feminino com metade aparecendo pele viçosa e na outra pele envelhecida.
O uso frequente do celular pode acelerar o envelhecimento da pele devido à exposição à luz azul (HEV) das telas/(Imagem: Shutterstock)

Por essa você não esperava, não é mesmo? Mas o fato é que sim, o contato constante do celular com a pele pode favorecer o acúmulo de bactérias, aumentando a chance de acne e irritações. Além disso, de acordo com um estudo publicado no Journal of Cosmetic Dermatology, a exposição prolongada à luz azul emitida por celulares e outros dispositivos digitais pode acelerar o envelhecimento da pele e favorecer a hiperpigmentação.

 Além disso, os pesquisadores destacam que a luz visível de alta energia (HEV) penetra mais profundamente na pele do que a luz ultravioleta, provocando estresse oxidativo, quebra do colágeno e irregularidades na pigmentação, fatores que comprometem a saúde e a aparência da pele ao longo do tempo.

Simone Cordeiro
Colaboração para o Olhar Digital

Simone Cordeiro é jornalista formada pela Universidade Nove de Julho. Em 8 anos de experiência, passou por agências de marketing, empresas de tecnologia e indústria. Hoje, é redatora no Olhar Digital.

Layse Ventura
Editor(a) SEO

Layse Ventura é jornalista (Uerj), mestre em Engenharia e Gestão do Conhecimento (Ufsc) e pós-graduada em BI (Conquer). Acumula quase 20 anos de experiência como repórter, copywriter e SEO.