Depois de a Câmara estadunidense aprovar, no sábado (20) a proibição do TikTok no país, nesta terça-feira (23), foi a vez do Senado apresentar um pacote de ajuda externa, com disposição que pode confirmar o banimento da rede social caso a ByteDance não a venda em um ano.

Segundo informações da CBS, o presidente Joe Biden deve receber o projeto ainda esta semana. Enquanto isso, o TikTok pede a seus usuários que entrem em contato com seus legisladores e peçam a não-aprovação do projeto de lei.

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TikTok apela a seus usuários para não ser banido dos EUA

  • Em notificações push enviadas a seus usuários, a rede social argumenta que “como quer que o Congresso o chame, o projeto de lei do TikTok é uma proibição do TikTok”;
  • A rede social afirma ainda que o senador Bernie Sanders quer dar ao presidente dos EUA novos poderes para “tirar nosso direito constitucional de acessar o TikTok”;
  • Ainda, que o projeto lesa pequenos negócios “que usam o TikTok para trazer US$ 24 bilhões [R$ 123,16 bilhões, na conversão direta] à economia dos EUA”;
  • “É um exercício de baixo custo se você tiver acesso à base de usuários”, disse Clayton Allen, do Eurasia Group, à CBS MoneyWatch. “Mas parece que o tiro saiu pela culatra”;
  • Alguns legisladores alegam que a prática utilizada pelo TikTok para pedir ajuda a seus usuários só ressalta os riscos da plataforma.

Em comunicado, a empresa afirmou que é “infeliz” que os legisladores estejam “usando a cobertura de importante assistência externa e humanitária para mais uma vez atrapalhar um projeto de proibição que atropelaria os direitos de liberdade de expressão de 170 milhões de americanos, devastaria sete milhões de empresas, e fechar uma plataforma que contribui anualmente com US$ 24 bilhões [123,16 bilhões] para a economia dos EUA”.

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Por sua vez, Biden já sinalizou que deve assinar o projeto tão logo ele chegue em sua mesa. Uma vez em vigor, a ByteDance teria nove meses para organizar uma venda do TikTok, podendo haver período potencial para carência adicional de três meses.

Mas Allen ressaltou que a mês-limite seria janeiro de 2025, quando um novo mandato presidencial dos EUA se inicia. Caso o ex-presidente Donald Trump ganhe as eleições e assuma o poder, ele também poderia mudar o tom em relação à Biden.

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Imagem: XanderSt/Shutterstock

“Isso pode se tornar uma questão para o próximo governo”, disse Allen. “Olhando para a linguagem do projeto de lei, não tenho certeza se Trump estaria tão obrigado a buscar o que o governo Biden deseja. Ele poderia usar isso como um ponto de vantagem com a China”.

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Entre os possíveis compradores, estariam Microsoft, Oracle ou grupos de private equity, segundo Dan Ives, analista da Wedbush Securities. Em março, o ex-secretário do Tesouro estadunidense, Steven Mnuchin, afirmou à CNBC que pensava em montar grupo de investimentos para fazer uma oferta pelo TikTok.

Mas Ives pensa ser improvável que a ByteDance se desfaça de seu principal produto com seus principais algoritmos, a peça-chave que fornece recomendações de usuários com base em seus interesses e hábitos de visualização.

O valor do TikTok mudaria drasticamente sem os algoritmos e tornaria a venda/desinvestimento final do TikTok um empreendimento muito complexo, com muitos potenciais licitantes estratégicos/financeiros esperando ansiosamente pelo início deste processo.

Dan Ives, analista da Wedbush Securities

Além disso, rivais, como a Meta, podem se beneficiar com o projeto caso ele vire lei, aponta Ives. A Wedbush estima que cerca de 60% dos usuários do TikTok migrariam para Instagram e Facebook. Além disso, o Google também poderia ser beneficiado.