Há exatamente uma semana, na última quarta-feira (5), a cápsula Starliner, da Boeing, foi lançada à Estação Espacial Internacional (ISS), levando os astronautas da NASA Butch Wilmore e Suni Williams, em uma missão batizada de CFT (sigla em inglês para Teste de Voo Tripulado).

Originalmente, a espaçonave deveria ficar acoplada ao laboratório orbital por cerca de uma semana, mas a agência espacial norte-americana anunciou que a Starliner não volta para a Terra antes de terça-feira (18). 

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Esse tempo extra permitirá que os astronautas da ISS se preparem para uma caminhada espacial na quinta-feira (13) que servirá para entender e, se possível, corrigir os problemas detectados na Starliner.

Lançamento da cápsula Boeing Starliner em 5 de junho de 2024. Crédito: NASA

Starliner tem cinco vazamentos de hélio

Parte dessas checagens se concentram nos cinco vazamentos de hélio encontrados na cápsula até o momento. Um deles foi descoberto antes do lançamento, mas foi considerado de pouco risco para o sucesso total da missão. Os demais já foram detectados enquanto a Starliner já estava no espaço – mas, a NASA garante que isso não é necessariamente motivo de preocupação.

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“Os engenheiros avaliaram o fornecimento de hélio com base nas taxas de vazamento atuais e determinaram que a Starliner tem margem de sobra para suportar a viagem de volta da estação”, diz o comunicado da agência. “Apenas sete horas de tempo de voo livre são necessárias para realizar um fim normal da missão, e a Starliner atualmente tem hélio suficiente em seus tanques para suportar 70 horas de atividade de voo livre após o desacoplamento.

Barry “Butch” Wilmore e Suni Williams são os astronautas do primeiro voo tripulado da Starliner. Crédito: NASA

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Outro problema encontrado na cápsula a caminho da ISS tem relação com os propulsores do sistema de controle de reação (RCS). A Starliner tem 28 desses pequenos propulsores em seu módulo de serviço, e cinco deles se comportaram mal em algum momento durante a viagem. Desses cinco, quatro foram rapidamente recuperados, mas um permanece fora de serviço.

“As equipes terrestres planejam disparar todos os 28 propulsores RCS após a desacoplagem para coletar assinaturas de dados adicionais nos propulsores do módulo de serviço antes que o hardware seja gasto”, diz a NASA. “Como parte das operações normais, o módulo de serviço se separa do módulo de tripulação no retorno, então a NASA e a Boeing coletarão o máximo de dados possível para ajudar nas avaliações do sistema”.

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Enquanto isso, Wilmore e Williams estão testando seus trajes espaciais “Boeing Blue” e os assentos da Starliner quanto ao ajuste, conforto e funcionalidade e avaliando o fluxo de ar a bordo da cápsula.

Eles também desligaram e religaram a cápsula, além de terem feito verificações de “porto seguro”, que são projetadas para mostrar que uma espaçonave acoplada pode servir de refúgio para astronautas em caso de emergência a bordo da ISS.