O analista de segurança Edward Snowden, que se tornou famoso em 2013 por revelar um programa de vigilância internacional orquestrado pelo governo norte-americano e por órgãos de segurança do Reino Unido, Austrália, Nova Zelândia e Canadá, conseguiu um visto de residência permanente na Rússia.

Ex-membro da NSA (Agência de Segurança Nacional) e da CIA (Agência Central de Inteligência), Snowden chocou o mundo após divulgar que o grupo de países, conhecido como “Five Eyes” (Cinco Olhos) trabalhava em conjunto com gigantes de telecomunicações, acessando e vigiando a comunicação de usuários de qualquer país no mundo. 

Com a divulgação bombástica e já fora do seu país natal, ele chegou a enviar pedidos de asilo para mais de 21 países, inclusive o Brasil. Ele conseguiu assegurar asilo na Rússia — que prometeu não extraditá-lo para os EUA — onde vive há sete anos.

Em 2015, durante o governo de Barack Obama, uma petição pedindo um perdão presidencial a Snowden foi rejeitada pela Casa Branca. O atual presidente dos EUA, Donald Trump, originalmente declarou 45 vezes no Twitter que o analista era um “traidor” e “deveria ser executado”. Entretanto, em agosto deste ano disse que “poderia se tornar um fã” dele se tivesse informações comprometedoras sobre Barack Obama.

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Cidadão russo?

Segundo Anatoly Kucherena, advogado de Snowden, a renovação de seu visto de residência foi solicitada em abril deste ano, mas a concesssão foi adiada devido à pandemia de coronavírus. Graças a recentes mudanças na lei de imigração russa, a renovação não só foi concedida como o visto agora é válido por tempo ilimitado.

Quando questionado sobre planos de Snowden de solicitar a cidadania Russa, Kucherena disse à agência de notícias AFP que é algo que “ele mesmo terá que decidir”. O analista já expressou seu interesse em retornar aos EUA, mas apenas após um processo federal, no qual é acusado de roubo de propriedade do governo e comunicação não autorizada de informações de defesa nacional, ser encerrado

Fonte: AFP