Atualmente, o Google e o Facebook são duas das empresas mais influentes no campo da publicidade online. Por conta disso, espera-se que elas sejam concorrentes, mas não é o que parece.


De acordo com um processo aberto pelo Texas e outros oito estados dos Estados Unidos com base no conjunto de leis antitruste, o Google e o Facebook fecharam um acordo ilegal em 2018 com o objetivo de dividir o mercado de anúncios em sites e aplicativos. A ação ainda indica que ambas concordaram em fixar preços e dividir o mercado de publicidade móvel.


Essa alegação forneceu munição para que o processo fosse baseado em argumentos de que grandes empresas de tecnologia dos Estados Unidos estão usando seu poder – às vezes em conjunto – para controlar o mercado.


A denúncia ainda diz que o acordo foi motivado por uma decisão tomada pelo Facebook em 2017. Na época, a empresa decidiu usar uma ferramenta chamada header bidding – popular entre editores de sites por ajudar a aumentar o dinheiro ganho com publicidade.

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Isso quer dizer que, enquanto o Facebook vendia anúncios em sua própria plataforma, operava uma rede para permitir que anunciantes oferecessem propagandas para aplicativos de terceiros e sites.


O Google, preocupado com a implementação da ferramenta, considerou que poderia entrar em crise, já que o header bidding limitava a capacidade da gigante de buscas de usar as informações de seu próprio software de compra e venda de espaço para propagandas.

Atualmente, Google e Facebook dominam o campo da publicidade online. Foto: AnaLysiSStudiO/Shutterstock


Por isso, a companhia decidiu abordar o Facebook para realizar negociações. Com isso, ambas fecharam um acordo. A empresa de Mark Zuckerberg deixaria de utilizar o header bidding e passaria a participar do servidor de anúncios do Google. Em troca, a denúncia alega que o Google deu vantagens ao Facebook na venda de anúncios.


“O Google ofereceu vantagens de informação, velocidade e outras priorizações em detrimento de outros participantes dos leilões. O acordo alocou uma parte das vitórias dos leilões para o Facebook, subvertendo a operação livre de oferta e demanda”, afirmam os estados no processo.


Até o momento, o Facebook não se pronunciou sobre essas acusações. O Google disse que o processo é “infundado” e que as alegações sobre seu acordo com o Facebook são imprecisas, acrescentando que a empresa de Mark Zuckerberg não recebe vantagens especiais.

Via: Politico