Índia confirma que não poderá fornecer vacinas para o Brasil agora

Com início da campanha de vacinação no próprio país, chanceler da Índia informou ao Itamaraty que doses prometidas virão “nos próximos dias”
Por Renato Mota, editado por Liliane Nakagawa 15/01/2021 20h15, atualizada em 15/01/2021 20h26
Vacina de Oxford
AstraZeneca/Divulgação
Compartilhe esta matéria
Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

O ministro das Relações Exteriores da Índia, Subrahmanyam Jaishankar, confirmou ao Itamaraty que o país não poderá enviar dois milhões de doses da vacina de Oxford/AstraZeneca que seriam importadas para o Brasil. A justificativa seriam os “problemas logísticos” decorrentes das dificuldades de conciliar o início da campanha de vacinação indiana com o fornecimento de imunizantes para outras nações.

Jaishankar teria conversado diretamente por telefone com o chanceler brasileiro, Ernesto Araújo, e deixado claro que há a intenção de fornecer as doses produzidas pelo Serum Institute “nos próximos dias”, sem definir data. Um avião decolaria na noite desta sexta-feira (15) a partir do aeroporto dos Guararapes, no Recife, com destino à Índia para buscar os imunizantes.

Aeronave que iria até a Índia buscar as vacinas aguarda no Recife. Ministério da Saúde/Divulgação

Em 3 de janeiro o CEO do Serum Institute, Adar Poonawalla, disse em entrevista à Associated Press que o governo indiano havia vetado a exportação de doses da vacina de Oxford, para garantir a imunização de todos os indianos que integram o grupo de risco.

Dois dias depois, Poonawalla veio a público esclarecer sua declaração, e afirmou que as vacinas poderão ser exportadas, mas apenas após o Serum Institute entregar ao governo indiano 100 milhões de doses, o que levaria dois meses.

Desfalque para o início da campanha

Os dois milhões de doses da vacina de Oxford/AstraZeneca se juntariam a outros 4,5 milhões de doses prontas da Coronavac, que serão encaminhadas para Centro de Distribuição e Logística do Ministério da Saúde pelo Instituto Butantan.

Com esse conjunto de imunizantes, e a devida aprovação da Anvisa, o governo federal espera iniciar a vacinação nacional contra a Covid-19 na data planejada: 20 de janeiro. Sem as doses importadas da Índia, o Ministério da Saúde enviou ao Instituto Butantan um ofício no qual pediu a entrega “imediata” dos 6 milhões de doses que foram importadas da China.

“Ressaltamos a urgência na imediata entrega do quantitativo contratado e acima mencionado, tendo em vista que este ministério precisa fazer o devido loteamento para iniciar a logística de distribuição para todos os estados da federação de maneira simultânea e equitativa, conforme cronograma previsto no Plano Nacional de Operacionalização da vacinação contra a Covid-19”, afirma o documento.

De acordo com o portal G1, o Butantan questionou o ministério sobre qual quantitativo será destinado ao estado – já que no plano original do governo paulista, do total de 6 milhões de doses já prontas, pelo menos 1,5 milhão ficariam em São Paulo.

“Para todas as vacinas destinadas pelo instituto ao Programa Nacional de Imunizações (PNI), é praxe que uma parte das doses permaneça em São Paulo, estado mais populoso do Brasil. Isso acontece, por exemplo, com a vacina contra o vírus influenza, causador da gripe. Portanto, o instituto aguarda manifestação do Ministério também em relação às doses da vacina contra o novo coronavírus”, acrescentou o Butantan.

Via: UOL/EBC/G1

Redator(a)

Renato Mota é redator(a) no Olhar Digital

Redator(a)

Liliane Nakagawa é redator(a) no Olhar Digital