O laboratório chinês Sinovac afirmou, nesta segunda-feira (18), que a sua vacina CoronaVac é mais eficaz com intervalo de três semanas entre doses em vez de duas. O imunizante foi aprovado pela Anvisa para uso emergencial e já teve as primeiras aplicações em São Paulo.

Segundo o estudo clínico da CoronaVac realizado no Brasil, o imunizante foi até 20% mais eficaz em um pequeno subgrupo de pacientes que receberam a segunda dose com um intervalo maior da primeira devido a uma série de razões, as quais não foram detalhadas.

Os resultados revelam que a taxa de proteção para 1.394 voluntários que receberam doses da CoronaVac ou um placebo com intervalo de três semanas entre elas foi de quase 70%. 

Doses de vacina CoronaVac prontas para serem colocadas em avião
CoronaVac será distribuída a todos os Estados brasileiros nesta segunda-feira (18). Foto: Divulgação/Governo de SP

Vale lembrar que, na semana passada, pesquisadores do Instituto Butantan disseram que a eficácia geral da vacina foi de 50,4%. Isso com base nos resultados dos testes em um grupo de 9 mil voluntários que receberam as doses com intervalo de 14 dias entre elas. O instituto também declarou que a vacina foi 78% eficaz na prevenção de casos leves de Covid-19 e 100% em evitar quadros moderados e graves.

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Intervalo entre doses das vacinas

O intervalo entre as doses das vacinas contra Covid-19 tem sido constantemente debatido entre cientistas, reguladores e governos.

No Reino Unido, reguladores disseram que a vacina da AstraZeneca/Oxford é mais eficaz quando aplicada com um intervalo maior entre as doses do que inicialmente planejado.

O Reino Unido também decidiu permitir um intervalo maior entre as doses da vacina da Pfizer com a BioNTech, apesar de as empresas afirmarem que só têm dados de eficácia para um intervalo mais curto.

Embora os pesquisadores da Sinovac tenham dito que testes em estágio inicial mostraram uma resposta imune mais forte da vacina com intervalos maiores entre doses, é a primeira vez que a empresa divulga dados de eficácia do estudo em Fase 3 com padrões de doses diferentes do protocolo inicial.

Além do Brasil, países como Turquia e Indonésia também tiveram o uso emergencial da CoronaVac autorizado. 

Via: G1/Reuters