A indústria de cosméticos ganhou uma importância jamais vista na era de redes sociais. Tanto é que hoje em dia são muitas as opções de aplicativos ou serviços que unem algoritmos com o mercado da beleza. Uma matéria do tabloide The Guardian testou duas novidades que misturam o “útil” com Inteligência Artificial (IA) e outras tecnologias: os aplicativos ‘Face++’ e o da startup Qoves, ainda sem nome.

Desenvolvida pela Megvii Technology, da China, o ‘Face++’ é uma plataforma de reconhecimento facial capaz de ranquear a sua beleza, seja você homem ou mulher. A ferramenta oferece aos usuários um “índice de beleza”, medido por algoritmos não revelados pela empresa. Contudo, a empreitada é ambiciosa: a tecnologia estuda reconhecimento facial e corporal enquanto une tecnologias para trazer sugestões de melhorias em ambos aspectos aos seus usuários. 

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tela do site da empresa de beleza face ++
O Face++ hoje trabalha com frentes que envolvem serviços de reconhecimento facial e corporal, todos realizados por meio de Inteligência Artificial. Créditos: Reprodução/Face++

Já a startup Qoves desenvolveu uma ferramenta de avaliação de beleza movida a IA. Sua versão gratuita é capaz de oferecer ao usuário uma lista de “falhas” e quais intervenções ou produtos estéticos podem ser utilizados para “consertá-lo”. Na versão gratuita, membros obtêm um “Relatório de Estética”, que os indica fontes científicas capazes de orquestrar uma verdadeira harmonização facial em seus rostos.

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Controvérsias no mercado da beleza movida a tecnologia

O que gera muitos debates é sobre como tais ferramentas possuem o “cacife” para ranquear o nível de beleza de uma pessoa. Por exemplo, a ferramenta da Qoves é treinada por um conjunto de dados de centenas de milhares de fotos marcadas manualmente por humanos e contabiliza seu “ideal de beleza” por essa amostragem.

Segundo o fundador da startup, Shafee Hassan, em entrevista ao MIT Technology Review, a pontuação é gerada também com a ajuda de plataformas de mídias sociais. Assim, a medição do grau de beleza dos rostos inseridos na plataforma passam por outra análise que ajuda a melhorar seu algoritmo.

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É interessante pontuar que a busca por perfeição nas redes sociais está levando alguns usuários a medidas drásticas para atingir os novos padrões. De alguns anos para cá, surgiu a chamada “Dismorfia do Snapchat”. 

O que é Dismorfia do Snapchat?

Dismorfia do Snapchat é um transtorno no qual o paciente identifica defeitos ou falhas em sua aparência, que muitas vezes são imperceptíveis ou sequer consideradas falhas, causando muitos problemas de ansiedade. Geralmente, os indivíduos que sofrem com a condição podem recorrer a inúmeros procedimentos estéticos para amenizar tais imperfeições.

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“A tecnologia parece estar tornando a população obcecada por imagens”, diz Arwa Mahdawi na reportagem do The Guardian. E se continuar assim, essa busca desmedida por perfeição poderá acabar bem feia.

Via: The Guardian/Época