Mulher é agredida por médico após questionar falta de uso de máscara

Por Igor Shimabukuro, editado por Roseli Andrion 11/03/2021 20h14
Foto de médico psiquiatra agredindo uma paciente mulher
Facebook/Reprodução
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Uma mulher foi agredida por um médico dentro de um posto de saúde depois de pedir que o profissional de saúde colocasse uma máscara de proteção. O ataque aconteceu na tarde de quarta-feira (10) no Centro de Saúde II José F. Rosas, localizado em Piracaia (SP).

Vítima da agressão, a professora e tatuadora Lia Costa, de 43 anos, foi à unidade para acompanhar uma conhecida que precisava de atendimento para ela e seus filhos. Após cerca de uma hora de espera, o psiquiatra Eduardo Portieri abordou Lia para saber quem seriam os próximos da fila.

“Quando fomos ser atendidas, ele virou para mim e perguntou quem ia ser atendido. Mostrei a criança e ele disse: ‘Você está me fazendo de palhaço? Eu não atendo criança’. Aí, falei que podia ter havido um engano, mas que ele podia atender a mãe [da criança]. Ele disse que não era idiota e que não ia atender ninguém”, contou a vítima ao site Ponte Jornalismo.

E não foi só isso: quando foi questionado por Lia por não usar máscara em plena pandemia, o médico se exaltou e iniciou uma discussão. A professora rapidamente pegou o celular e passou a registrar a cena. “Ele perguntou quem eu era e falei que estava acompanhando. Ele disse que se eu continuasse gravando ia tomar o meu celular. Com toda a violência, ele me agrediu, tomou o meu celular e ficou com ele por 15 minutos. Ninguém do posto de saúde falou com ele, todo mundo defendeu”, relata.

As imagens foram publicadas nas redes sociais de Lia. É possível observar o descontrole do psiquiatra que, além de ameaçar processá-la pela filmagem, a agride e toma o celular de sua mão.

Após ter mão e ombro machucados por ele durante a agressão, Lia registrou um boletim de ocorrência (BO). Estranhamente, o agressor recebeu escolta e atendimento especial na Delegacia de Piracaia, enquanto a vítima não teve nenhum apoio. “Fiz um BO e vou ao Ministério Público porque não quiseram me dar medida protetiva. A cidade é pequena, uma pessoa que faz isso é perigosa. Eu também chamei uma viatura, mas a Polícia Militar não me atendeu. Eu corro risco”, destaca Lia.

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Órgãos se pronunciam

Ainda no dia da agressão, a Prefeitura Municipal de Piracaia divulgou em sua página do Facebook que já apura o caso. O comunicado diz que a administração municipal se manifestará oportunamente “a partir da conclusão dos procedimentos administrativos adotados”.

Documento de esclarecimento da Prefeitura Municipal de Piracaia, que investiga mulher agredida por médico
Comunicado foi divulgado pela Prefeitura Municipal de Piracaia ainda na quarta-feira (10). Foto: Facebook/Reprodução

Já a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP) informa que o caso foi encaminhado ao Juizado Especial Criminal (Jecrim). “A ocorrência foi registrada como vias de fato, desacato e ameaça na Delegacia de Piracaia. Ambas as partes e uma testemunha foram ouvidas e alegaram que as agressões ocorreram após o médico não atender o filho da envolvida. Eles foram orientados sobre o prazo para representação criminal e o caso foi encaminhado ao Jecrim”, diz o órgão.

O Uol tentou contato com o médico a partir do número telefônico registrado no Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) para ouvir a versão dele no caso. Infelizmente, não obteve retorno.

Via: Uol

Redator(a)

Igor Shimabukuro é redator(a) no Olhar Digital

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Roseli Andrion é redator(a) no Olhar Digital