Uma mulher foi agredida por um médico dentro de um posto de saúde depois de pedir que o profissional de saúde colocasse uma máscara de proteção. O ataque aconteceu na tarde de quarta-feira (10) no Centro de Saúde II José F. Rosas, localizado em Piracaia (SP).

Vítima da agressão, a professora e tatuadora Lia Costa, de 43 anos, foi à unidade para acompanhar uma conhecida que precisava de atendimento para ela e seus filhos. Após cerca de uma hora de espera, o psiquiatra Eduardo Portieri abordou Lia para saber quem seriam os próximos da fila.

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“Quando fomos ser atendidas, ele virou para mim e perguntou quem ia ser atendido. Mostrei a criança e ele disse: ‘Você está me fazendo de palhaço? Eu não atendo criança’. Aí, falei que podia ter havido um engano, mas que ele podia atender a mãe [da criança]. Ele disse que não era idiota e que não ia atender ninguém”, contou a vítima ao site Ponte Jornalismo.

E não foi só isso: quando foi questionado por Lia por não usar máscara em plena pandemia, o médico se exaltou e iniciou uma discussão. A professora rapidamente pegou o celular e passou a registrar a cena. “Ele perguntou quem eu era e falei que estava acompanhando. Ele disse que se eu continuasse gravando ia tomar o meu celular. Com toda a violência, ele me agrediu, tomou o meu celular e ficou com ele por 15 minutos. Ninguém do posto de saúde falou com ele, todo mundo defendeu”, relata.

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As imagens foram publicadas nas redes sociais de Lia. É possível observar o descontrole do psiquiatra que, além de ameaçar processá-la pela filmagem, a agride e toma o celular de sua mão.

Após ter mão e ombro machucados por ele durante a agressão, Lia registrou um boletim de ocorrência (BO). Estranhamente, o agressor recebeu escolta e atendimento especial na Delegacia de Piracaia, enquanto a vítima não teve nenhum apoio. “Fiz um BO e vou ao Ministério Público porque não quiseram me dar medida protetiva. A cidade é pequena, uma pessoa que faz isso é perigosa. Eu também chamei uma viatura, mas a Polícia Militar não me atendeu. Eu corro risco”, destaca Lia.

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Órgãos se pronunciam

Ainda no dia da agressão, a Prefeitura Municipal de Piracaia divulgou em sua página do Facebook que já apura o caso. O comunicado diz que a administração municipal se manifestará oportunamente “a partir da conclusão dos procedimentos administrativos adotados”.

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Documento de esclarecimento da Prefeitura Municipal de Piracaia, que investiga mulher agredida por médico
Comunicado foi divulgado pela Prefeitura Municipal de Piracaia ainda na quarta-feira (10). Foto: Facebook/Reprodução

Já a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP) informa que o caso foi encaminhado ao Juizado Especial Criminal (Jecrim). “A ocorrência foi registrada como vias de fato, desacato e ameaça na Delegacia de Piracaia. Ambas as partes e uma testemunha foram ouvidas e alegaram que as agressões ocorreram após o médico não atender o filho da envolvida. Eles foram orientados sobre o prazo para representação criminal e o caso foi encaminhado ao Jecrim”, diz o órgão.

O Uol tentou contato com o médico a partir do número telefônico registrado no Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) para ouvir a versão dele no caso. Infelizmente, não obteve retorno.

Via: Uol