Vivendo um colapso sanitário e hospitalar no pior momento desde o início da pandemia, o Brasil alcançou mais uma triste marca: 24 estados mais o Distrito Federal estão com taxas de ocupação de leitos públicos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) para pacientes com Covid-19 igual ou superior a 80%, sendo 15 com taxas iguais ou maiores que 90%.
As informações, divulgadas na última terça-feira (16), fazem parte do Boletim Extraordinário do Observatório Covid-19, realizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
A análise chama atenção para os indicadores que mostram a atual situação da pandemia no país. De acordo com os pesquisadores, o Brasil vive o maior colapso sanitário e hospitalar da história.
Segundo o estudo, a situação mais preocupante é a do Rio Grande do Sul, o único a registrar 100% da ocupação de leitos de UTI. Nesta semana, o estado bateu seu recorde de mortes causadas pela covid-19 em um único dia: foram 502 novos óbitos, de acordo com Secretaria Estadual de Saúde.
Logo em seguida, aparece Santa Catarina, com 99% das UTIs públicas ocupadas, e Rondônia, com 98%. Rio de Janeiro e Roraima têm taxas de ocupação de leitos 79% e 73%, respectivamente.
Nas capitais, 25 das 27 estão com ocupação de UTIs públicas igual ou superior a 80%. Em 19 delas, a taxa marca acima de 90%. As porcentagens mais altas são as de Porto Alegre (RS), com 103%; Porto Velho (RO), 100%; Rio Branco (AC), 100%; Cuiabá (MT), 100%; e Palmas (TO), Teresina (PI), Curitiba (PR) e Florianópolis (SC), todas registram 98%.
Segundo a Fioruz, os dados são das secretarias estaduais e municipais de Saúde. O mapeamento apresenta números obtidos desde 17 de julho de 2020.
Combate à pandemia
A fim de conter o avanço do número de casos e mortes, bem como as taxas de ocupação de leitos nos hospitais, os pesquisadores defendem a implementação de medidas mais rigorosas de ações de prevenção e controle.
Entre elas, maior rigor de restrição às atividades não essenciais. Eles também enfatizam a necessidade de manter o distanciamento social, além do uso de máscaras de proteção em larga escala e aceleração da vacinação.
Exemplo a ser seguido
Para comprovar os bons resultados das medidas de restrição, a Fiocruz cita como exemplo a cidade de Araraquara, no interior de São Paulo. No início do ano, o município passou por um colapso no seu sistema de saúde.
Entre os dias 1º e 6 de fevereiro a taxa de ocupação de leitos saltou de 56% para 84%, chegando a 100% em 15 de fevereiro. Diante da situação crítica, a prefeitura implementou medidas de circulação para atividades não essenciais e circulação de pessoas, chegando a adotar o lockdown a partir de 21 de fevereiro.
Na ocasião, nem mesmo o transporte público funcionou e os supermercados atenderam apenas por delivery durante seis dias.
Com as medidas de restrição adotadas pelo município, a cidade reduziu o número de mortes pelo novo coronavírus e, consequentemente, o número de infectados pela doença.
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