Descoberto em 2004 e apontado como um dos asteroides mais perigosos que poderiam impactar a Terra, o 99942 Apophis não vai colidir com nosso planeta por pelo menos 100 anos, de acordo com anúncio da Nasa nesta sexta-feira (26).

A gigantesca rocha espacial tem cerca de 340 metros de diâmetro médio (450 metros de comprimento), 41 milhões de toneladas e energia equivalente a 60 mil bombas de Hiroshima. Se ele atingisse a Terra, seria capaz de devastar milhares de quilômetros quadrados e causar dezenas de milhões de mortes. Fica fácil entender porque ele recebeu o nome de Apophis, o Deus egípcio do caos e da destruição.

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Tamanho do Asteroide Apophis (450m) comparado ao Empire State em Nova Iorque (443m), à Torre Eifel em Paris (324m) e ao Pão de Açúcar no Rio de Janeiro (390m) - Imagem: Asteroid Day Brazil
Tamanho do Asteroide Apophis (450m) comparado ao Empire State em Nova Iorque (443m), à Torre Eifel em Paris (324m) e ao Pão de Açúcar no Rio de Janeiro (390m) – Imagem: Asteroid Day Brazil

A primeira aproximação da Terra foi observada no fim de 2004 e a segunda no dia 5 de março de 2021. Percebeu-se que havia uma chance dele atingir nosso planeta em abril de 2029, curiosamente em uma sexta-feira, 13. Naquela época, à medida que novas observações eram adicionadas aos cálculos, a possibilidade de impacto aumentava. As chances de impacto chegaram aos 2,7%, o que causou certa apreensão em todo o planeta.

Graças a observações adicionais do objeto próximo à Terra (NEO), o risco de um impacto em 2029 foi posteriormente descartado, assim como em 2036. Até este mês, no entanto, uma pequena chance de impacto em 2068 ainda permanecia. A aproximação no início deste mês, no entanto, serviu para os astrônomos estudarem melhor o asteroide.

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“Um impacto de 2068 não está mais no reino da possibilidade, e nossos cálculos não mostram nenhum risco de impacto por pelo menos os próximos 100 anos. Com o apoio de observações ópticas recentes e observações adicionais de radar, a incerteza na órbita do Apophis caiu de centenas de quilômetros para apenas um punhado de quilômetros quando projetada para 2029. Este conhecimento muito aprimorado de sua posição em 2029 fornece mais certeza de sua movimento futuro, então agora podemos remover Apophis da lista de risco”, disse Davide Farnocchia, do Centro de Estudos de Objetos da Terra Próxima (CNEOS) da Nasa, que é gerido pelo Jet Propulsion Laboratory (JPL) da Nasa no sul da Califórnia, ao se referir sobre a Tabela de Risco de Impacto da Sentinela, mantida pelo CNEOS para controlar os poucos asteroides cujas órbitas os levam tão perto da Terra que um impacto não pode ser descartado.

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Asteroide Apophis gerou oportunidade de estudo

“Embora o Apophis tenha feito uma aproximação recente com a Terra, ele ainda estava a cerca de 10,6 milhões de milhas [17 milhões de quilômetros] de distância. Mesmo assim, fomos capazes de adquirir informações incrivelmente precisas sobre sua distância com uma precisão de cerca de 150 metros [490 pés]”, explicou a cientista do Jet Propulsion Laboratory da Nasa, Marina Brozovic, que liderou a campanha de radar. “Esta campanha não só nos ajudou a descartar qualquer risco de impacto, mas também nos preparou para uma oportunidade científica maravilhosa”.

Em 13 de abril de 2029, o asteroide passará a menos de 20 mil milhas (32 mil quilômetros) da superfície do planeta Terra – mais perto do que a distância dos satélites geossíncronos. Para se ter uma ideia da proximidade, o Apophis ficará visível para os observadores no hemisfério oriental sem o auxílio de um telescópio ou binóculo.

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Confira a animação que mostra a aproximação em 2029:

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