Um estudo realizado pela Universidade de Oxford com mais de 230 mil pacientes, a maioria deles norte-americanos, revelou que um, em cada três sobreviventes da Covid-19, sofreu algum distúrbio cerebral ou psiquiátrico dentro de um período de seis meses.

De acordo com a pesquisa, publicada na última terça-feira (6), transtornos de ansiedade e humor foram os diagnósticos mais comuns entre os 14 distúrbios analisados, sendo que 17% e 14% dos pacientes, respectivamente, apresentaram os sintomas. Além disso, o estudo também descobriu que 7% deles sofreram derrame e 2% foram diagnosticados com demência.

Imagem mostra um soldado sentado em um sofá, com as mãos segurando o rosto em tom de tristeza, simbolizando a depressão
Imagem: Motortion Films/Shutterstock

“Embora os riscos individuais para a maioria dos distúrbios sejam pequenos, o efeito em toda a população pode ser substancial para os sistemas de saúde e assistência social, devido à escala da pandemia e ao fato de muitas dessas condições serem crônicas”, explicou Paul Harrison, professor de psiquiatria na Universidade de Oxford e principal autor do estudo.

Mesmo sem saber ao certo as causas específicas desses efeitos a longo prazo, os pesquisadores sugerem que elas podem estar ligadas ao estresse, a perda de emprego e a solidão durante a quarentena. Outra descoberta feita pelo grupo mostrou que a Covid-19 tem maior influência nestes distúrbios do que a gripe ou qualquer outra infecção respiratória.

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“Embora saibamos que o vírus pode acessar o cérebro, não são necessariamente apenas os neurônios no cérebro que podem ser afetados”, disse Masud Husain, professor de neurologia e neurociência cognitiva da universidade. “Precisamos ter cuidado com o que atribuímos o efeito do vírus ao próprio cérebro”, concluiu.

Em 2020, outro estudo, publicado pelos mesmos pesquisadores, apontou que 20% dos pacientes analisados apresentaram distúrbios psiquiátricos dentro de um período de três meses. Estes números reforçaram a preocupação de especialistas de saúde com os riscos de problemas neurológicos entre os sobreviventes da Covid-19.

Via: Bloomberg

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