Facebook é processado por falha em remoção de conteúdo anti-islã

Por Matheus Barros, editado por Lyncon Pradella 08/04/2021 16h28, atualizada em 08/04/2021 16h42
Prédio do Facebook
Facebook Créditos: Shutterstock
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A Muslim Advocates, uma organização sem fins lucrativos de direitos civis, entrou com uma ação contra o Facebook após apontar que a rede social é uma “fossa de ódio” e falha, frequentemente, em remover conteúdos com discursos anti-islã – o que fere as políticas da própria empresa de Mark Zuckerberg.

Apresentada nesta quinta-feira (8) no Tribunal Superior do Distrito de Colúmbia, nos Estados Unidos, a representação afirma que o fundador do Facebook e outros executivos deturpam a prática da empresa ao falhar em fazer cumprir seus padrões e políticas.

Entrada Tribunal Superior do Distrito de Colúmbia
Tribunal Superior do Distrito de Colúmbia. Imagem: Reprodução

O processo pede que a rede social deixe de realizar falsas declarações e retire o tópico em que afirma remover os conteúdos que violam seus termos. Ou então, que a empresa cumpra, de fato, o que diz.

“Grupos islamofóbicos e com discursos de ódio correm soltos no Facebook com postagens, anúncios e outros conteúdos contra muçulmanos”, diz a denúncia, que ainda afirma que protestos armados anti-islã, nos Estados Unidos, foram organizados nas páginas de eventos da plataforma.

Para a denunciante, os executivos do Facebook fizeram falso testemunho no Congresso ao prometerem que tomariam atitudes contra conteúdos que ferissem as políticas e regras da rede social.

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A Muslim Advocates também aponta que o Facebook foi usado para orquestrar assassinatos em massa de mulçumanos na Índia, tumultos e assassinatos contra mulçumanos no Sri Lanka, além da transmissão ao vivo feita durante um tiroteio na mesquita em Christchurch, na Nova Zelândia, em 2019.

Mesquita Masjid Al Noor, Nova Zelândia
Mesquita Masjid Al Noor, Nova Zelândia. Imagem: Reprodução/Redes Sociais

“Não permitimos discurso de ódio no Facebook e trabalhamos regularmente com especialistas, organizações sem fins lucrativos e partes interessadas para ajudar a garantir que a plataforma seja um lugar seguro para todos, reconhecendo que a retórica anti-islã pode assumir diferentes formas”, disse um porta-voz da empresa. Ele ainda informou que 97% dos discursos de ódio são removidos antes da denúncia de um usuário.

Em janeiro deste ano, a Muslim Advocates questionou e indicou um erro grave após o conselho de supervisão do Facebook decidir revogar a remoção de uma postagem de um usuário de Mianmar que mostrava uma criança morta com a legenda “[Há] algo de errado psicologicamente com os mulçumanos”.

Via: CNet

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Matheus Barros
Redator(a)

Formado em Jornalismo pela FIAM FAAM, Matheus Barros iniciou seu trabalho em redação jornalística no portal da RedeTV! e hoje atua como repórter de Internet e Redes Sociais do Olhar Digital.

Lyncon Pradella
Ex-editor(a)

Lyncon Pradella é jornalista formado pela Universidade Nove de Julho. Foi estagiário da RedeTV! e repórter freelancer do UOL antes de se tornar Editor do Olhar Digital.