A presidente da SpaceX, Gwynne Shotwell, afirmou durante o evento online Satellite 2021 “LEO Digital Forum” na semana passada que os custos de produção dos terminais de acesso à rede Starlink “caíram pela metade” em relação ao início da produção.

Ainda assim, o custo de produção é alto. Inicialmente, cada terminal custava US$ 3.000 para ser produzido. Hoje, são necessários US$ 1.500, e a versão mais recente custa US$ 200 a menos que a anterior. A empresa espera que o custo seja reduzido a “algumas centenas” de dólares em 1 a 2 anos.

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Cada terminal, composto por antena, roteador e fonte de alimentação, é vendido aos usuários por US$ 500. Ou seja, a SpaceX “perde” US$ 1.000 a cada novo usuário, esperando recuperar esse valor com mensalidades de acesso num longo prazo.

É o mesmo modelo seguido pelas indústrias dos videogames e impressoras, que subsidiam o hardware e tem lucro com software (jogos) ou consumíveis (cartuchos). Uma das pioneiras desta estratégia foi a Gilette, por isso ela é conhecida como “razors and blades” (barbeadores e lâminas).

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O kit de acesso da Starlink. Antena, roteador e fonte de alimentação.
O kit de acesso da Starlink. Antena, roteador e fonte de alimentação. Imagem: SpaceX

Elon Musk, CEO da SpaceX, já havia afirmado que a empresa precisaria “passar por um fluxo de caixa negativo abismal para tornar o Starlink financeiramente viável”. Uma possível estratégia para isso seria oferecer acesso em diferentes níveis de serviço, com velocidade, limite de dados e preço gradativamente maior a cada nível.

Nos EUA, esta estratégia é conhecida como “tiered pricing” (algo como “precificação escalonada”), e é comum em provedores de serviços de comunicações, como TV a cabo, telefonia ou internet. Mas segundo Shotwell, a SpaceX não está considerando adotar esta abordagem.

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“Não acredito que iremos oferecer precificação escalonada aos consumidores. Estamos tentando manter o serviço o mais simples e transparente possível, por isso no momento não há planos para escalonar as ofertas aos consumidores”, disse Shotwell.

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Atualmente o serviço Starlink está em beta. Consumidores nos EUA, Canadá e Reino Unido pagam US$ 99 mensais por velocidade de acesso de até 300 Mbps, sem nenhum limite na quantidade de dados enviada ou recebida durante o mês.

Fonte: Teslarati