Segundo um estudo publicado nesta quarta-feira (12) na revista Plos One, questões relacionadas ao trabalho impactam os níveis de estresse, consumo de álcool e atritos de profissionais da área jurídica de forma diferente de acordo com o gênero.

A pesquisa foi realizada nos Estados Unidos por Justin Anker, da Faculdade de Medicina da Universidade de Minnesota e Patrick Krill, da empresa Krill Strategies LLC. Outros estudos também realizados país apontaram que as advogadas possuem taxas particularmente elevadas de depressão, ansiedade e uso indevido de substâncias.

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Para compreender a relação entre fatores de trabalho e níveis de estresse, consumo de álcool e atritos, Anker e Krill realizaram levantamentos com profissionais da Associação de Advogados da Califórnia e da Ordem dos Advogados do Distrito de Columbia. Os pesquisadores enviaram um questionário para 80 mil advogados dessas instituições e obtiveram o retorno de 2.863 profissionais, cerca de 51% mulheres.

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Resultados encontrados

Anker e Krill notaram que existem diferenças tanto nos níveis de estresse, uso indevido de substâncias e atritos, quanto como no grau em que problemas de trabalho contribuíram para essas questões entre profissionais homens e mulheres.

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Avaliando as respostas, 67% dos participantes afirmaram trabalhar mais de 40 horas por semana – para 25%, o número subiu para 51 horas semanais. Além disso, os profissionais mais jovens tinham de 2 a 4 vezes mais probabilidade de ter níveis de estresse moderado ou alto do que os mais velhos.

Níveis de estresse e consumo de álcool são maiores entre as advogadas
As participantes mulheres relataram maior consumo perigoso e altamente perigoso de álcool do que os homens. Foto: theshots.co/Shutterstock

O alto envolvimento com o trabalho se mostrou associado aos níveis de estresse entre homens e mulheres. No entanto, a relação foi ainda maior entre as advogadas. Além disso, 56% das mulheres relataram consumo perigoso de álcool, enquanto entre os homens a proporção caiu para 46%. Em se tratando de consumo altamente perigoso, a proporção entre as advogadas e os advogados foi de 34% e 25%, respectivamente.

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Ademais, 24% das participantes contemplaram deixar a advocacia devido a problemas de saúde mental, como burnout ou altos níveis de estresse, enquanto entre os homens a taxa foi de 17%.

“Essas descobertas esclarecedoras revelam níveis preocupantes de angústia dentro da profissão jurídica, principalmente entre as mulheres, mas também fornecem marcadores importantes para a melhoria. É nossa esperança que a profissão agora siga esse caminho”, afirmou Krill.

Os pesquisadores ressaltam que apesar do estudo ter sido conduzido durante a pandemia da Covid-19, eles aplicaram esforços para avaliar seu impacto entre os participantes e nos resultados obtidos.

Via: Medical Xpress