Pesquisadores da Fundação Exequiel Dias (Funed), de Minas Gerais, em parceria com a Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), desenvolveram uma tecnologia que pode trazer melhorias para o tratamento de pacientes diagnosticadas com câncer de ovário – a doença que matou a atriz Eva Wilma. Os cientistas criaram um exame molecular que auxilia, por meio de pistas genéticas, as respostas sobre o prognóstico da doença.

Ao extraírem do tumor amostras de RNA, parte do código genético das células, eles realizaram análises de biologia molecular (RT-PCR) – técnica semelhante à utilizada para o diagnóstico do novo coronavírus. A investigação conseguiu responder se há um risco de reincidência da doença e se a paciente pode ter benefício do tratamento quimioterápico padrão. 

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Câncer de ovário é o mais difícil de se diagnosticar precocemente

De acordo com Luciana Maria Silva, coordenadora da pesquisa feita pelo Serviço de Biologia Celular da Funed, também será possível avaliar quais pacientes têm melhores ou piores chances de responder ao tratamento, além de identificar se o tumor é primário, fruto de metástase ou recidiva (chances de o tumor voltar).

“A análise prognóstica, que é uma avaliação baseada no diagnóstico, no resultado ou na indicação de uma possível doença, permitirá, por meio do exame que desenvolvemos, informar ao médico a chance de determinada paciente responder ou não ao tratamento quimioterápico ou quais as chances do tumor voltar”.

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Luciana Maria Silva, pesquisadora da Funed, e Letícia Braga, CEO e fundadora da OncoTag, empresa que lançou o OvarianTag. Imagem: Crédito: Carla Lima Fotografia

Segundo divulgação no site da instituição, o que motivou os pesquisadores, em especial a líder da equipe, foi o fato de o câncer de ovário ser o mais letal dos tumores ginecológicos, apresentando os maiores índices de recorrência e morte.

“Apesar dos avanços no tratamento, tanto no campo cirúrgico quanto citotóxico (que impede o crescimento dos tecidos doentes), como as radioterapias ou quimioterapias, esses não foram capazes de incorporar de modo equivalente melhorias nas taxas de sobrevida das mulheres afetadas”, revela.

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Por isso, o estudo inova justamente pelo fato de não existir no mercado, atualmente, tecnologia similar a essas para avaliação prognóstica das pacientes com câncer de ovário.

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“Atualmente, sabe-se que a sensibilidade e a especificidade de um dos biomarcadores utilizados para detectar a doença é ruim, pois apresenta baixa sensibilidade nos tumores de ovário no estágio I (50%), atingindo 75 a 90% de sensibilidade em pacientes com doença avançada”, explica a pesquisadora.

“Soma-se a isso os resultados falso-positivos, que são observados em muitos distúrbios clínicos malignos e benignos. Desse modo, a necessidade de um biomarcador mais efetivo para monitoramento da doença é um problema latente na prática clínica em ginecologia oncológica. Pensando nisso é que desenvolvemos nossos estudos”, destaca.

A tecnologia já passou por todas as fases de desenvolvimento de produto, tendo atingido o nível máximo, e hoje está em fase operacional já disponível. “As próximas fases para chegar aos pacientes incluem conseguirmos investimento que possam subsidiar o exame, chamado OvarianTag®, para ser aplicado à população”, afirma Luciana.

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