O Google e a HCA Healthcare, uma das maiores redes de hospitais dos Estados Unidos, fecharam um acordo para o desenvolvimento de algoritmos de saúde com base em registros de pacientes. Essa é a mais nova investida da gigante da tecnologia no setor de saúde, que é um dos que mais têm crescido seus ganhos nos últimos anos.

Nos termos do acordo consta que a HCA, que opera em torno de 2.000 hospitais e clínicas nos EUA, consolidaria e armazenaria com o Google dados de registros de saúde digitais e dispositivos médicos conectados à internet, como smartwatches. A partir daí, engenheiros das duas empresas trabalharão no desenvolvimento de algoritmos para ajudar na melhora da eficiência operacional e monitoramento de pacientes.

Esses algoritmos terão a função de orientar as decisões dos médicos para melhores diagnósticos e tratamentos personalizados. “Os dados são extraídos de cada paciente em tempo real”, disse o diretor médico da HCA, Jonathan Perlin, ao The Wall Street Journal. “Parte do que estamos construindo é um sistema nervoso central para ajudar a interpretar o vários sinais”.

Adoção dos algoritmos pode melhorar e personalizar diagnósticos e tratamentos. Crédito: Wikimedia Commons

O acordo aumenta a presença do Google na área de saúde, que tem se tornado cada vez mais atrativa para empresas de tecnologia e startups por conta da mudança dos registros do analógico para o digital. Apesar dos prováveis benefícios, acordos deste tipo entre hospitais e empresas de tecnologia acendem um sinal amarelo em relação à privacidade.

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Como manter a segurança?

Segundo a HCA, o contrato com o Google não dará permissão para que eles usem informações de identificação dos pacientes. De acordo com Perlin, essas informações serão privadas antes de serem compartilhadas com os cientistas de dados do Google e o sistema da rede de hospitais terá controle sobre o acesso aos dados.

Ou seja, o Google vai acessar os dados quando necessário, mas com o consentimento e autorização expressa da HCA. Contudo, a big tech poderá desenvolver ferramentas analíticas sem registros nominais de pacientes e permitir que a rede de hospitais teste os modelos de forma independente.

“Queremos ultrapassar os limites do que o clínico pode fazer em tempo real com os dados”, disse o diretor-gerente de saúde e ciências da vida do Google Cloud, Chris Sakalosky, ao WSJ. O acordo entre HCA e Google buscará desenvolver algoritmos usando dados de mais de 32 milhões de consultas médicas anuais.

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Durante a pandemia da Covid-19, a HCA tem usado um software próprio para monitorar pacientes com sintomas graves da doença e notificar os médicos sobre quais tratamentos davam melhores resultados. De acordo com a empresa, as taxas de sobrevivência aumentaram em comparação com o período anterior à adoção do algoritmo.

Além disso, as empresas também buscarão desenvolver soluções que ajudem a melhorar as operações, como a automatização de unidades do hospital e o rastreamento do estoque de suprimentos essenciais.

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