Um surto de mucormicose na Índia está deixando o mundo em atenção com o chamado “fungo negro“. Agora, um caso da doença foi registrado em um paciente com Covid-19 no Uruguai. O homem de 50 anos se recuperou do vírus e logo depois foi infectado pelo fungo.

O fato de ter tido Covid-19 antes não é coincidência, a doença e seu tratamento deixam o sistema imunológico mais fragilizado, o que pode permitir a proliferação da mucormicose. Esse fungo existe, além da Índia, também no Brasil e em praticamente todos os lugares do mundo e muita gente já teve contato. No entanto, o corpo geralmente consegue lidar com ele sem que os sintomas se manifestem.

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Caso de mucormicose no Uruguai

Mas, assim como ocorre com diabéticos, transplantados e pessoas em tratamento contra câncer, pacientes com Covid-19 ficam mais fragilizados, por conta dos medicamentos e do ambiente hospitalar. No caso do uruguaio, ele foi internado em Montevidéu e fez exames que confirmaram a mucormicose. O indivíduo também possui diabetes.

“Esse fungo existe naturalmente na natureza. Realmente a infecção é rara, mas pode causar uma micose muito grave, pode acometer o nariz, a pele, o estômago e órgãos”, explicou o médico Marcelo Simão, da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) ao Olhar Digital.

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A mucormicose é uma infecção rara causada pela exposição a mofo mucoso que é comumente encontrado no solo, plantas, esterco, frutas e vegetais em decomposição. “Aparece bastante também em quem faz tratamento para leucemia, diabéticos, transplantados… No geral, em pessoas com sistema imunológico mais fraco. As drogas para combater a Covid-19, a internação, tudo isso favorece o surgimento do fungo”.

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Apesar disso, o especialista ressaltou que o quadro nessa gravidade, com tantas contaminações, parece ser exclusivo da Índia, que sempre conviveu com forte presença da mucormicose. “Foi realmente uma surpresa que esse fungo esteja se espalhando dessa maneira na Índia. Mas parece ser algo particularmente de lá, que sempre teve muitos casos de mucormicose. Não acho que o Brasil corra algum risco desse tipo“, salientou Simão.

Por enquanto, não foram registrados outros casos desse tipo no Uruguai e o paciente em questão parece ser um quadro isolado. A incidência da doença em pacientes com Covid-19 também não foi estudada a fundo e ainda é desconhecida.

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