Tartaruga centenária prova que espécie não está extinta

A tartaruga Fernanda passou um século só em uma das ilhas do arquiélago de Galápagos enquanto acreditava-se que sua espécie estava extinta
Por Karoline Albuquerque, editado por Rafael Rigues 01/06/2021 15h22, atualizada em 02/06/2021 12h16
tartaruga gálapagos
Imagem: PARQUE NACIONAL DE GALÁPAGOS
Compartilhe esta matéria
Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Imagine ficar sozinha por quase um século? Essa vida de isolamento foi a rotina de Fernanda, uma tartaruga de Galápagos, no Equador. Encontrada há dois anos, a réptil mostrou que sua espécie não estava extinta há um século. Agora, porém, Fernanda é o único exemplar vivo de uma Chelonoidis phantasticus.

Apesar de ter sido encontrada em 2019, apenas em maio de 2021 um teste mostrou que o DNA de Fernanda pertence a essa espécie. O último macho de Chelonoidis phantasticus foi registrado em 1906, pela Academia de Ciências da Califórnia.

Leia mais:

Mas, como Fernanda, outras tartarugas dessa espécie podem estar vivendo como ela. O animal passou todos esses anos de isolamento em um curral natural formado por lava, na Ilha Fernandina de Galápagos. O local é um dos mais inóspitos e inacessíveis do arquipélago, por causa da atividade vulcânica.

Normalmente, tartarugas Chelonoidis phantasticus podem ter até 1,5 metro de casco. Mas, como Fernanda estava em um espaço de apenas um quilômetro quadrado em uma ilha de floresta seca, ela ficou atrofiada, medindo apenas 54 centímetros.

“É muito provável que ela tenha tido pouco acesso a alimentos e água durante todos esses anos”, explicou Danny Rueda, diretor do Parque Nacional de Galápagos, em entrevista ao jornal El País.

Fernanda morou sozinha na Ilha Fernandina de Galápagos por quase um século. Imagem: Parque Nacional de Galápagos

Fernanda é a esperança do Parque Nacional de Galápagos. A instituição deseja encontrar outras tartarugas gigantes da espécie para repovoar a única ilha do arquipélago que não tem uma variedade própria dos animais. Segundo Rueda, o ideal é encontrar mais uma fêmea e um macho.

“Se só encontrarmos um macho, os descendentes poderiam ter problemas genéticos por serem um cruzamento entre irmãos”, acrescentou o diretor.

O arquipélago de Galápagos abriga 14 espécies oficias de tartarugas, com uma espécie por ilha, exceto em Fernandina, justamente onde Fernanda foi encontrada. Em outubro, o Parque Nacional de Galápagos e a ONG Galapagos Conservancy vão voltar ao local para buscar mais parentes do animal.

Via: El País

Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!

Karoline Albuquerque é redator(a) no Olhar Digital

Redator(a)

Rafael Rigues é redator(a) no Olhar Digital