Um meteoro cruzou o céu dos estados de Pernambuco, Ceará e Paraíba na noite da última quarta-feira (16) e foi registrado por câmeras do Clima ao Vivo e da Bramon (Brazilian Meteor Observatory).

“Uma coisa que chama atenção nesse meteoro é a coloração azulada dele, provavelmente foi um objeto muito rápido, consumido pela atmosfera em segundos. Não deve ser algo muito grande, talvez do tamanho de uma laranja ou de um limão”, explicou Marcelo Zurita, presidente da Associação Paraibana de Astronomia – APA; membro da SAB – Sociedade Astronômica Brasileira; diretor técnico da Bramon – Rede Brasileira de Observação de Meteoros – e coordenador regional (Nordeste) do Asteroid Day Brasil.

O Clima ao Vivo flagrou o fenômeno em suas câmeras localizadas em Barbalha, Juazeiro do Norte, Missão Velha e Penaforte, no Ceará, além de Serra Branca, na Paraíba, e Araripina, em Pernambuco.

Já a Bramon detectou através de duas câmeras de Eduart Brito em Piancó, na Paraíba.

publicidade

Assista:

Por que estamos descobrindo cada vez mais asteroides e registrando mais meteoros?

Em coluna publicada no Olhar Digital, Zurita explicou que estamos passando por um aumento nas detecções de asteroides e meteoros, mas isso não é o sinal do fim dos tempos.

“Antes de qualquer coisa, vamos lembrar que asteroide é um pedaço de rocha espacial em órbita do Sol, que pode medir de um metro a centenas de quilômetros. Os menores de um metro são chamados de meteoróides. Quando atingem a atmosfera da Terra, asteroides e meteoróides geram um fenômeno luminoso conhecido como meteoro. A diferença entre eles é sutil. Asteroides e meteoróides são objetos físicos, enquanto o meteoro é o fenômeno luminoso gerado pela interação desses objetos com a atmosfera. E ambos têm sido cada vez mais detectados, pelos telescópios que buscam por asteroides próximos à Terra, e pelas câmeras que registram a passagem de meteoros pela atmosfera”, explicou o astrônomo.

Leia também:

Um artigo publicado em março deste ano na Nature, chama a atenção para o recorde de asteroides descobertos no ano passado. Desde 1998, quando a NASA deu início à maior busca por asteroides próximos à Terra, os cientistas detectaram mais de 25.000 deles. E 2020 acabou sendo um ano recorde de descobertas. Apesar da pandemia COVID-19 interromper muitas das pesquisas, os astrônomos registraram a descoberta de 2.958 asteroides próximos da Terra.

“Mas isso não significa que estão surgindo novos asteroides ou que eles estão sendo lançados em direção à Terra por um fenômeno espacial desconhecido. Na verdade, eles estão lá há bilhões de anos e sempre atingiram a Terra gerando belos meteoros e, eventualmente, alguma catástrofe global. Só que apenas agora, a humanidade tem se empenhado em descobrir e mapear esses pequenos objetos do sistema solar”, completou Marcelo Zurita.

Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!