A violência e o combate continuam a dominar os novos jogos anunciados em feiras, como a E3 2021 e a Summer Game Fest. De acordo com um estudo feito pelo site GamesIndustry.biz, apenas um terço de todos os títulos divulgados podem ser considerados não violentos. E a maioria deles foram desenvolvidos de forma independente (indie).
Em 2021, foram contabilizados 349 novos jogos exibidos em 15 eventos, incluindo todas as apresentações de grandes publishers ou desenvolvedoras, como Nintendo, Xbox e Ubisoft, além de eventos adjacentes à E3, como Summer Game Fest, Devolver Digital, Wholesome Direct e mais. No total, 115 títulos podem ser considerados não violentos, representando 33% de todos os games exibidos.
Sem surpresa, a grande maioria são indies, com a Wholesome Direct sozinha respondendo por mais da metade deles: 63 títulos não violentos. Em contraste, há apenas 15 jogos não violentos apresentados por grandes empresas, entre eles ‘Somerville’ e ‘Shredders’, ambos exibidos durante o showcase da Xbox, além da versão de ‘Tony Hawk’s Pro Skater 1+2‘ para Nintendo Switch.
De acordo com o site, os requisitos para que um jogo seja classificado como não violento são:
- Nenhum título onde você é obrigado ou encorajado a ferir ou matar outra entidade viva;
- Nenhum título com representações gráficas ou realistas de violência;
- Também é levado em conta a violência em games com desenhos animados e/ou para o público infantil, por exemplo ‘Mario Party’, que envolve nocautear os outros jogadores, ou ‘Party Animals’, no qual os jogadores atiram uns aos outros para fora dos níveis;
- Jogos relacionados a esportes de contato são considerados violentos;
- Referência a atos violentos não mostrados não contam como violento, por exemplo: um jogo em que você está resolvendo um assassinato anterior, mas que não é mostrado;
- Representações minimalistas de conflito não contam como violento, por exemplo: um jogo de cartas no estilo ‘Hearthstone’;
- Jogos em que você dá ordens diretas que levam à violência são considerados violentos, por exemplo: títulos de estratégia ou RPGs.
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A pesquisa feita pelo gamesindustry.biz aponta significativa melhora do último levantamento, em 2019, onde foram analisados 239 jogos em nove eventos. Naquela época, apenas 41 (17%) eram não violentos e apenas 17 deles eram de grandes empresa.
O site ainda afirma que o esforço do levantamento “não tem como objetivo abordar negativamente os jogos violentos, mas sim oferecer uma visão de quanto da produção da indústria depende da venda da mesma mecânica fundamental: a capacidade de lutar e matar”. Confira, abaixo, a tabela específica com dados de quantos games – incluindo os não violentos – foram apresentados por cada empresa:
Empresa/Desenvolvedora | Jogos | Jogos não violentos | Proporção |
---|---|---|---|
Wholesome Direct | 76 | 63 | 83% |
Devolver Digital | 8 | 3 | 37% |
Future Games Show (E3) | 57 | 21 | 36% |
Nintendo Direct (E3) | 27 | 6 | 22% |
Guerilla Collective 2 | 35 | 7 | 20% |
Summer Game Fest Kickoff Live | 25 | 5 | 20% |
Xbox & Bethesda Showcase (E3) | 31 | 4 | 13% |
UploadVR Showcase | 34 | 4 | 11% |
PC Gaming Show (E3) | 20 | 2 | 10% |
Ubisoft Forward (E3) | 20 | 2 | 10% |
E3 Indie Showcase (E3) | 24 | 2 | 8% |
Square Enix Presents (E3) | 16 | 0 | 0% |
Koch Primetime | 11 | 0 | 0% |
Capcom (E3) | 5 | 0 | 0% |
Gearbox (E3) | 4 | 0 | 0% |
Fonte: gamesindustry.biz
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