Nesta semana a empresa Arjuna Capital, uma das acionistas da Microsoft, exigiu um relatório da empresa sobre o comprometimento de Bill Gates, fundador e ex-presidente da gigante da tecnologia, com políticas contra assédio sexual.
O pedido aconteceu após a Microsoft divulgar que abriu, em 2019, uma investigação junto a um escritório de advocacia externo para apurar uma relação extraconjugal de Gates com uma funcionária da empresa nos anos 2000. Esse fato ganhou grande repercussão em maio, quando Gates e sua então esposa, Melinda Fench, anunciaram o divórcio.

Alguns veículos da imprensa chegaram a especular que Bill Gates tenha deixado a presidência do conselho da Microsoft para evitar que o restante do grupo deliberasse sobre a ação inadequada do executivo, embora ele mesmo tenha dito que na época, que o motivo da sua saída tenha sido sua vontade de dedicar-se à Fundação Bill e Melinda Gates.
Além disso, após a divulgação do primeiro caso, começaram a surgir relatos que Gates possuía táticas especiais para tentar um relacionamento com mulheres no ambiente de trabalho e que o caso da engenheira da Microsoft, há mais de 20 anos, não foi o único.
Esses fatores foram críticos para levar acionistas da empresa a se preocuparem com a reputação da Microsoft no combate ao assédio. “A Microsoft está sob intenso escrutínio público devido às inúmeras denúncias de assédio sexual e uma alegada falha em abordá-los de forma adequada e transparente. Relatos de relacionamentos inadequados de Bill Gates e avanços sexuais em relação aos funcionários da Microsoft apenas exacerbaram as preocupações, colocando em questão a cultura estabelecida pela alta liderança e o papel do conselho de responsabilizar culpados”, afirmou a cofundadora da Arjuna Capital, Natasha Lamb.
Natasha ainda ressaltou que os investidores questionam sobre a possibilidade da Microsoft estar enfrentando uma cultura de assédio sexual sistêmico, o que poderia até afastar a capacidade da gigante da tecnologia em atrair e manter talentos da área.
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A executiva lembrou que as acusações de assédio dentro da Microsoft não são recentes. Em um relatório, a investidora alegou que, em 2012, um grupo de 283 funcionários da empresa moveu uma ação apontando discriminação de gênero e assédio sexual, além de afirmarem que a equipe de recursos humanos ignorou e negou as alegações.
Natasha disse que as acusações ressurgiram em abril de 2019 – meses antes do conselho da gigante abrir a investigação externa contra Bill Gates – quando diversas mulheres dispararam uma rede de e-mail por toda empresa apontando que a companhia desconsiderou as denúncias.
O que diz a Microsoft
No final de maio, em uma entrevista à CNBC, o atual CEO e presidente do conselho da Microsoft, Satya Nadella, afirmou que a empresa atualmente é muito diferente do que era em 2000.
A afirmação do executivo partiu após diversos questionamentos da imprensa sobre as denúncias de assédio que rondaram Bill Gates.
“Para todos na Microsoft, nosso foco em nossa cultura, nossa diversidade, nossa inclusão e, em particular, a experiência cotidiana de nosso pessoal, é super importante, é uma grande prioridade”, complementou Nadella na ocasião.
Fonte: Bloomberg
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