O governador de São Paulo, João Doria, divulgou em seu Twitter que começam oficialmente nesta sexta-feira (9) os testes clínicos com a ButanVac, no hemocentro de Ribeirão Preto (SP).
Acompanhado do prefeito da cidade, Eduardo Nogueira, do presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, e de uma equipe composta por médicos e profissionais da saúde, Doria está no Centro de Pesquisa Clínica da vacina. “Mais uma vacina de São Paulo para o Brasil, para salvar vidas”, declarou o governador.
Butantan deve pedir dispensa da fase 3 à Anvisa para liberação da ButanVac
O Instituto Butantan planeja adotar com sua vacina própria uma estratégia diferente da usada com a CoronaVac. No caso, o pedido de uso emergencial da ButanVac deve ser feito após a conclusão dos testes de fase 1 e 2 e sem a fase 3, que não deve ser incluída no processo. As informações são do jornal O Globo.
Dessa forma, o laboratório pretende ampliar o escopo das fases 1 e 2 para que não seja necessária uma terceira etapa. Para efeito de comparação, entre as fases 1 e 3 da Pfizer se passaram 32 semanas. O planejado para a ButanVac é que sem a fase 3 o processo possa ser feito em 17 semanas, com o envolvimento de cerca de 6 mil voluntários.
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A fase 3 é considerada a mais decisiva no desenvolvimento dos imunizantes contra a Covid-19, já que é nela que a taxa de eficácia é medida. O Butantan planeja incluir esse processo nas duas primeiras etapas. Essa seria uma forma de cumprir o calendário mostrado pelo instituto na apresentação da vacina, que prevê começar a vacinação em massa entre o fim de 2021 e o começo de 2022.
A diferença entre o planejamento da ButanVac para outros imunizantes pode ser notada pela quantidade de voluntários. Enquanto a fase 1 e 2 do imunizante da Pfizer contou com 200 voluntários, essa etapa da vacina do Butantan deve incluir 6 mil pessoas. No entanto, a fase 3 da Pfizer teve 44 mil participantes, o que não deve ocorrer inicialmente com a ButanVac.
Segundo o Instituto, a intenção de antecipar os testes também é por conta do avanço da vacinação no Brasil, que até o fim do ano deve abranger pessoas com 18 anos. Isso torna difícil a medição da eficácia nos grupos já imunizados com outras vacinas. Apesar disso, os testes também vão incluir voluntários que tomaram outros imunizantes.
“É um estudo comparativo com outra vacina que já é registrada. Isso oferece a oportunidade de um atalho. Por esse motivo que a discussão com a Anvisa foi tão longa, tomamos mais tempo no planejamento para a concepção de uma ideia (de estudo) original”, explicou Cintia Lucci, diretora de projetos estratégicos do Instituto Butantan.
O Butantan garante que o método de testes é seguro uma vez que as etapas 1 e 2 vão incluir o grupo de placebo, algo que normalmente só ocorre na fase 3. A intenção é comprovar a geração de anticorpos e então comparar com as moléculas de defesa geradas por outras vacinas, o que, segundo o laboratório, permitirá que os testes acabem mais rápido.
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