Cientistas a serviço da Nasa acreditam que Europa, uma das luas de Júpiter, pode oferecer condições para a geração da vida, apesar de “pequenos impactos” mencionados pela empresa no que tange a feixes de elétrons e radiação vindas do maior planeta do nosso sistema solar.

Em um post publicado em seu site oficial, a Agência Espacial dos Estados Unidos compartilha alguns detalhes sobre a lua, bem como sobre a missão “Europa Clipper”, uma sonda que ficará posicionada na órbita de Europa e estudando seu solo. O satélite joviano é majoritariamente constituído de uma crosta de gelo, mas com bolsas de água salgada sob ele — algo que a Nasa pretende investigar para, quem sabe no futuro, enviar veículos exploratórios (rovers).

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Imagem mostra a sonda Clipper, parte da missão Europa Clipper, que será enviada em 2024 para Europa, a lua de Júpiter, que pode ter condições para suportar a vida.
A sonda Clipper, que será enviada a Europa, a lua de Júpiter, para análise e coleta de informações sobre a composição de seu solo gelado. Imagem: Nasa/Divulgação

“É fácil perceber o impacto de detritos espaciais na nossa Lua, onde sua superfície muito antiga é coberta de crateras e cicatrizes”, diz trecho do post. “A gélida lua de Júpiter, Europa, aguenta uma ‘surra’ similar – com uma pitada adicional de radiação super intensa. À medida em que a superfície da lua fria se agita, o material trazido até o topo é eletrizado pela radiação de elétrons de alta energia, acelerados por Júpiter”.

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Segundo um novo estudo da Nasa, a agência estabeleceu um novo modelo que estima a profundidade dessas pancadas em um processo chamado “jardinagem de impacto”. O paper, publicado na última segunda-feira (12) na Nature Astronomy, afirma que a superfície de Europa tem sido penetrada em profundidade média de 30 centímetros (cm) ao longo de dezenas de milhões de anos. “Qualquer molécula que possa se qualificar como uma potencial bioassinatura, o que inclui elementos químicos de origem da vida, poderiam ser afetados nessa profundidade”.

Isso porque esses impactos, em tese, causariam dois efeitos: o primeiro seria o de agitar materiais do interior da lua em direção à superfície, onde a radiação vinda de Júpiter traria alterações a qualquer organismo biológico com ligações químicas mais delicadas. O outro seria o de empurrar material da superfície para o fundo, onde seria misturado com outros materiais presentes sob a crosta.

Por essa razão, a missão Europa Clipper ganha mais e mais importância para a Nasa. De acordo com a sua página oficial, ela será “a mais avançada embarcação espacial enviada para investigar a habitabilidade de outro mundo”.

Ironicamente, a Europa Clipper não é uma missão com objetivo de encontrar sinais de vida, mas esse pode ser um efeito colateral bem-vindo.

“[A missão] vai conduzir um reconhecimento detalhado de Europa e investigar se a lua gélida, junto de seu oceano subterrâneo, tem capacidade de sustentar a vida. Entender a ‘habitabilidade’ de Europa ajudará cientistas a melhor compreender como a vida se desenvolveu na Terra, além de trazer potencial para encontrar vida além do nosso planeta”.

A Europa Clipper tem lançamento previsto para outubro de 2024.

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