Cientistas conseguiram bloquear a replicação do Sars-Cov-2, o vírus causador da Covid-19, em células humanas usando a tecnologia de edição de genes CRISPR. De acordo com os pesquisadores, a ferramenta foi eficaz contra a transmissão viral em testes de laboratório, sendo que, em breve, serão iniciados os testes dessa metodologia em animais.
O artigo com o resultado das pesquisas foi publicado nesta terça-feira (13) na revista Nature. O CRISPR é uma tecnologia que permite aos cientistas a alteração de sequências de DNA e a modificação, essa abordagem já se mostrou promissora na eliminação do código genético que impulsiona, por exemplo, o desenvolvimento do câncer infantil.
![Ilustração do SARS-Cov-2](https://img.odcdn.com.br/wp-content/uploads/2021/06/SARS-Cov-2.jpg)
Neste estudo em particular, a equipe usou uma enzima, a CRISPR-Cas13b, que se liga a sequências de RNA relevantes do novo coronavírus e degrada o genoma de que ele precisa para se replicar dentro das células humanas. Segundo a autora principal do estudo, Sharon Lewin, inicialmente, a ferramenta CRISPR seria usada para reconhecer o Sars-Cov-2.
A pesquisadora explica que, uma vez que o vírus é reconhecido, a enzima CRISPR é ativada e corta o vírus. Segundo Lewin, várias partes do vírus foram visadas, com destaque para algumas que são mais estáveis e não passam por mutações facilmente, com todas elas funcionando muito bem na eliminação do vírus, isso aconteceu, inclusive, com as chamadas variantes de preocupação.
Tratamentos alternativos
Mesmo com várias vacinas contra a Covid-19 já sendo aplicadas ao redor do mundo, essas opções ainda são relativamente escassas, estando mais disponíveis para países ricos. Por conta disso, segundo Lewin, é necessária a criação de métodos alternativos para o tratamento da doença, porém, ela contemporiza que o CRISPR só deve estar amplamente disponível na medicina em alguns anos.
Porém, mesmo não sendo algo de disponibilidade imediata, ela acredita que a ferramenta pode sim, ser útil para lidar com a Covid-19, principalmente para casos mais graves, que envolvem hospitalizações. Para ela, o melhor dos mundos seria um antiviral simples, administrado por via oral, que os pacientes possam tomar assim que apresentem resultado positivo para Covid-19.
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Porém, essa abordagem só seria possível caso existisse um antiviral barato, oral e não tóxico. Que é o que Sharon Lewin e sua equipe pretendem lançar um dia, com base na abordagem de edição genética.
Com informações do Science Alert
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