Cientistas conseguiram bloquear a replicação do Sars-Cov-2, o vírus causador da Covid-19, em células humanas usando a tecnologia de edição de genes CRISPR. De acordo com os pesquisadores, a ferramenta foi eficaz contra a transmissão viral em testes de laboratório, sendo que, em breve, serão iniciados os testes dessa metodologia em animais.

O artigo com o resultado das pesquisas foi publicado nesta terça-feira (13) na revista Nature. O CRISPR é uma tecnologia que permite aos cientistas a alteração de sequências de DNA e a modificação, essa abordagem já se mostrou promissora na eliminação do código genético que impulsiona, por exemplo, o desenvolvimento do câncer infantil.

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Ilustração do SARS-Cov-2
Método fez com que os vírus da Covid-19 não conseguissem se replicar. Imagem: Shutterstock

Neste estudo em particular, a equipe usou uma enzima, a CRISPR-Cas13b, que se liga a sequências de RNA relevantes do novo coronavírus e degrada o genoma de que ele precisa para se replicar dentro das células humanas. Segundo a autora principal do estudo, Sharon Lewin, inicialmente, a ferramenta CRISPR seria usada para reconhecer o Sars-Cov-2.

A pesquisadora explica que, uma vez que o vírus é reconhecido, a enzima CRISPR é ativada e corta o vírus. Segundo Lewin, várias partes do vírus foram visadas, com destaque para algumas que são mais estáveis e não passam por mutações facilmente, com todas elas funcionando muito bem na eliminação do vírus, isso aconteceu, inclusive, com as chamadas variantes de preocupação.

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Tratamentos alternativos

Mesmo com várias vacinas contra a Covid-19 já sendo aplicadas ao redor do mundo, essas opções ainda são relativamente escassas, estando mais disponíveis para países ricos. Por conta disso, segundo Lewin, é necessária a criação de métodos alternativos para o tratamento da doença, porém, ela contemporiza que o CRISPR só deve estar amplamente disponível na medicina em alguns anos.

Porém, mesmo não sendo algo de disponibilidade imediata, ela acredita que a ferramenta pode sim, ser útil para lidar com a Covid-19, principalmente para casos mais graves, que envolvem hospitalizações. Para ela, o melhor dos mundos seria um antiviral simples, administrado por via oral, que os pacientes possam tomar assim que apresentem resultado positivo para Covid-19.

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Porém, essa abordagem só seria possível caso existisse um antiviral barato, oral e não tóxico. Que é o que Sharon Lewin e sua equipe pretendem lançar um dia, com base na abordagem de edição genética.

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Com informações do Science Alert

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