À medida que o clima do globo terrestre muda, nossos oceanos estão aquecendo e seu nível aumentando. Para monitorar as águas, contamos, há três décadas, com olhos no céu: satélites que rastreiam os mares estão trabalhando ao redor do planeta.

O mais recente deles, o Sentinel 6 Michael Freilich, começou a fornecer recentemente medições ultraprecisas do comportamento do nível do mar na Terra. A espaçonave é uma parceria entre as agências espaciais norte-americana e europeia.

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Satélite de observação dos oceanos, Sentinel 6. Imagem: Nasa

A espaçonave, batizada em homenagem ao falecido cientista climático da Nasa, Michael Freilich, decolou da Base Aérea de Vandenberg, na Califórnia, em novembro passado. 

De acordo com o site Space.com, com o tempo o satélite será capaz de fornecer aos cientistas dados mais precisos sobre a superfície do oceano do que seus antecessores, com precisão de apenas alguns centímetros. 

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Em consequência disso, os meteorologistas serão capazes de rastrear melhor os padrões climáticos, como furacões nascentes, e monitorar com precisão as temperaturas e o aumento do nível do mar.

Por enquanto, a missão do Sentinel 6 apenas começou. “É um alívio saber que o satélite está funcionando e que os dados parecem bons”, disse Josh Willis, cientista do projeto do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da Nasa, em comunicado. “Dentro de alguns meses, ele assumirá o lugar de seu antecessor, Jason 3, e esta liberação de dados é a primeira etapa desse processo”.

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Sentinel 6 é o mais recente de uma linha de observadores dos oceanos

Sentinel 6 é o mais novo membro de uma linhagem de satélites de observação dos oceanos que foi inaugurada em 1992, com o TOPEX / Poseidon, que, pela primeira vez, permitiu aos cientistas observar processos marítimos em escala global com uma frequência regular.

Em seguida, veio a série Jason: três satélites lançados em 2001, 2008 e 2016, respectivamente. Jason 3, o último deles, ainda está trabalhando arduamente para medir o nível do mar e ajudar os meteorologistas.

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Lançado em 2016, o Jason 3 ainda está em funcionamento e, em breve, será definitivamente substituído pelo Sentinel 6. Imagem: JPL – Nasa

Sentine 6, parte do programa de observação da Terra Copernicus, da União Europeia, agora segue 30 segundos atrás de Jason 3 em sua órbita, a uma altitude de 1.336 km. 

Ambos os satélites varrem 90% dos oceanos do mundo em intervalos regulares. Os cientistas então comparam os dados dos dois para garantir que o Sentinel 6 esteja à altura da tarefa, antes de assumir o lugar do Jason 3 como a principal nave de monitoramento do nível do mar.

A principal melhoria do Sentinel 6 em relação ao Jason 3 é seu altímetro avançado, chamado Poseidon 4. Com base na tecnologia de radar de abertura sintética (SAR), o Poseidon 4 faz medições mais precisas do que os altímetros de radar convencionais, graças à sua capacidade de analisar o efeito Doppler do sinal de radar conforme ele ricocheteia na superfície do mar e retorna à espaçonave. Efeito Doppler é a mudança na frequência do sinal emitido por uma fonte móvel à medida que se aproxima e se afasta do receptor.

De acordo com o cientista Craig Donlon, da agência espacial europeia (ESA), “para gerenciar a transição das medições de baixa resolução do Jason 3 para os dados de alta resolução do Sentinel 6 com confiança, o altímetro Poseidon 4 adquire ambas as medições convencionais de baixa resolução simultaneamente com aferições de radar de abertura sintética de alta resolução”.

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Dois fluxos de dados do satélite Sentinel 6 já estão disponíveis para a comunidade mundial de previsão do tempo, fornecendo informações sobre a altura da superfície do mar com precisões de 5,8 cm e 3,5 cm, respectivamente. 

O primeiro fluxo de dados está disponível imediatamente após a aquisição. O segundo é lançado dois dias depois, após processamento adicional. 

Ainda em 2021, conjuntos de dados ainda mais certeiros, com precisão de 2,9 cm, serão liberados para pesquisadores do clima, segundo as agências em seus comunicados.

Além da Nasa e da ESA, a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) e o Centro Nacional de Estudos Espaciais da França contribuíram para a missão. A espaçonave é operada pela Organização Europeia para a Exploração de Satélites Meteorológicos (EUMETSAT) em Darmstadt, na Alemanha.

Sentinel 6B será lançado em 2025

Este não será o último satélite da família. Seu gêmeo, Sentinel 6B, tem lançamento programado para 2025. Os dois servirão para garantir que os cientistas continuem recebendo os dados mais precisos sobre o nível do mar na quarta década de medições por satélite.

Esses dados são especialmente importantes porque a mudança climática acelera o aumento do nível do mar global, uma tendência que os cientistas observaram nas últimas três décadas e que deve continuar preocupando. 

Segundo a Nasa, os oceanos absorvem mais de 90% do calor retido pelo planeta devido às crescentes concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera. À medida que a água esquenta, o volume se expande, causando o aumento do nível do mar. 

Conforme o planeta se aquece, as camadas de gelo derretidas aumentam a altura dos mares. Como resultado, muitas áreas costeiras baixas em todo o mundo já enfrentam inundações frequentes e algumas podem se tornar inabitáveis ​​no futuro. 

A dupla Sentinel 6 devem ajudar os cientistas a prever melhor o que esperam as comunidades nas regiões de risco no futuro.

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