Astrofísicos brasileiros fazem imagem mais nítida do céu já registrada até hoje

Por Flavia Correia, editado por Wharrysson Lacerda 05/08/2021 14h05, atualizada em 05/08/2021 14h34
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Legenda da imagem: Mapa do céu inteiro em raios gama mais nítido já construído, utilizando observações do Telescópio Espacial Fermi. Crédito da imagem: D. Carlos, L. Siconato, R. de Menezes, R. Nemmen (Univ. de São Paulo)
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Uma equipe de quatro astrofísicos do Grupo de Buracos Negros da Universidade de São Paulo (USP) construiu um mapa do céu em raios gama, que afirmam ser o mais nítido produzido. As informações são da Agência FAPESP.

Raios gama são um tipo de radiação eletromagnética de alta frequência, e são geralmente produzidos por elementos radioativos de processos subatômicos, como a aniquilação de um par de pósitron e elétron. 

Mapa do céu inteiro em raios gama mais nítido já construído, utilizando observações do Telescópio Espacial Fermi.Imagem: D. Carlos, L. Siconato, R. de Menezes, R. Nemmen (Universidade de São Paulo)

De acordo com Raniere Menezes, um dos cientistas responsáveis pela pesquisa, “os raios gama são o tipo de luz com as maiores energias que podemos encontrar no Universo”.

O trabalho, que é liderado pelo professor Rodrigo Nemmen, do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP (IAG-USP), teve financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de S. Paulo (FAPESP), da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e uma bolsa de Produtividade em Pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Como foi construído o mapa do céu em raios gama

Para a construção desse mapa, os cientistas usaram as observações do Telescópio Espacial Fermi, da Nasa, que iniciou suas operações em 11 de junho de 2008 e continua em atividade, monitorando o céu em altas energias.

Cientistas usaram as observações do Telescópio Espacial Fermi, da Nasa. Imagem: NASA

Lucas Siconato, astrofísico membro da equipe, disse à Assessoria de Imprensa do IAG-USP que, para a construção do mapa, o grupo atribuiu a cor vermelha à radiação gama de energia alta, cor verde para a luz gama de energia bastante alta e azul para a luz gama de energia altíssima. “Para efeito de comparação, a radiação que aparece nessa imagem possui energia entre cem milhões e um trilhão de vezes aquela da luz visível, e é invisível aos olhos humanos”, explicou.

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“Isso permite que a imagem realmente funcione como um mapa das fontes mais energéticas do céu e nos dê informações sobre que tipo de emissões temos em cada uma delas usando cores que nossos olhos podem distinguir”, disse Douglas Carlos, membro da equipe e bolsista da FAPESP.

Há duas estruturas importantes no mapa: a primeira é o plano da nossa própria galáxia, que aparece na região central da imagem como uma faixa horizontal e bastante brilhante. A segunda são as bolhas de Fermi, que são vistas também na região central da imagem se projetando acima e abaixo do plano da Via Láctea

Elas são caracterizadas visualmente por uma cor azulada e estão associadas a alguma atividade recente de Sagitário A, o buraco negro supermassivo localizado no centro da nossa galáxia.

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Flavia Correia
Redator(a)

Jornalista formada pela Unitau (Taubaté-SP), com Especialização em Gramática. Já foi assessora parlamentar, agente de licitações e freelancer da revista Veja e do antigo site OiLondres, na Inglaterra.

Wharrysson Lacerda
Editor(a) chefe

Wharrysson Lacerda é editor(a) chefe no Olhar Digital