Durante o desfile militar desta terça-feira (10) em Brasília, uma “versão prévia” da conhecida ‘Operação Formosa’, a Marinha do Brasil utilizou diversos equipamentos para demonstrar as forças terrestres da instituição. Apesar de o uso da palavra tanque ter ganho manchetes, discursos de políticos – e até memes nas redes sociais por conta da fumaça preta -, apenas um tipo dos veículos presentes pode ser classificado assim.

O SK-105 Kürassier é um carro de combate leve, ou “tanque leve”, e os fuzileiros têm somente reduzida frota de 17 unidades desse antiquado veículo austríaco, produzido desde os anos 1970 e incorporado à ala militar brasileira em 2001. A empresa por trás do modelo, Saurer-Werk, operou entre 1903 e 1982 – ano em que fechou as portas.

O tanque tem casco feito de aço soldado RHA e conta com compartimentos para o motorista na frente, na “área de combate” (centro) e na parte de trás, próxima ao motor. De acordo com o site Tanks Encyclopedia, a proteção do veículo é classificada só como “leve”, capaz de suportar balas perfurantes de até 20 mm em seu arco frontal. Porém, as laterais e o restante do modelo defendem apenas contra munição de armas pequenas. Há ainda espaço extra para guardar os tiros adicionais para o canhão principal e as baterias. Os três periscópios contam com visão noturna passiva e um pequeno para-brisa com limpador.

Muitos espectadores do desfile chamaram a atenção para o fato de o tanque soltar uma fumaça preta, o que virou motivo para piada e criação de memes nas redes sociais. Isso ocorreu, principalmente, por conta de uma má regulagem do motor a diesel do veículo leve – visto que o veículo é um modelo antigo e, talvez, que tenha passado por pouca ou quase nenhuma utilização e manutenção.

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O Exército, por sua vez, opera tanques alemães modelo Leopard mais modernos que o SK-105 Kürassier, porém os mesmos não foram utilizados no destile desta terça-feira. 

A Marinha fez o evento militar para convidar o presidente Jair Bolsonaro a participar da ‘Operação Formosa’, um treinamento que acontecerá em 16 de agosto no Centro de Instrução de Formosa (GO). Curiosamente, o evento aconteceu em Brasília no mesmo dia em que a Câmara dos Deputados vai votar a “PEC do Voto Impresso“.

Além do tanque cheio de fumaça, outros veículos militares marcaram presença

No desfile, outros veículos de porte militar – não tanques, vale ressaltar – também deram as caras, como por exemplo o modelo de assalto anfíbio americano AAV-7A1, um “velho conhecido” das Operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) no Rio de Janeiro (RJ). O Brasil opera quase 50 desses grandes veículos de 26 toneladas (quando carregado), em ação desde o começo dos anos 1970 nos Estados Unidos (EUA). Metade da frota, inclusive, é recente e foi comprada em 2014 para ser utilizada em ações como a tomada do Complexo do Alemão.

Outro esteio dos fuzileiros é o pequeno M-113, um veterano e obsoleto dos transportes de tropas sobre lagartas. Junto ao SK-105 Kürassier, o veículo em questão foi outra das estrelas do “festival de fumaça” em meio ao evento militar.

Mais moderno, há o veterano suíço das GLOs do Rio, o Mowag Piranha – comprado nos anos 2000 para operar, inicialmente, na missão de paz liderada pelo Brasil no Haiti. Destaque também para os lançadores múltiplos de foguetes da família Astros, considerada por muitos a principal (ou única) arma perigosa brasileira capaz de causar preocupações a um vizinho hostil.

Ao todo, a Marinha trouxe para Brasília 150 veículos e 1.500 toneladas de equipamento.

Fonte: Folha de S. Paulo, Yahoo e Tanks Encyclopedia

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