Estamos nos aproximando da máxima da Perseidas, uma das melhores chuvas de meteoros do ano, e uma das mais importantes para a história da Ciência. Ela ocorre anualmente durante o mês de agosto e tem máxima na madrugada do dia 12. É gerada pelos detritos do cometa Swift/Tuttle e, em condições ideais, pode apresentar até 120 meteoros por hora. Mas além de ser uma das mais belas chuvas de meteoros anuais, ela também possui algumas curiosidades históricas.
Saiba como observar a chuva de meteoros Perseidas!
A mais antiga referência a essa chuva vem da Ásia, do ano 36 depois de Cristo, e bem pouco depois, por sinal. E foi justamente uma trágica história do cristianismo que proporcionou a mais famosa lenda associada à Perseidas.
No ano 258 não foi um ano muito bom para os cristão. Valeriano, o imperador romano que acabara de decapitar o Papa Sisto II, ordenou que a igreja lhe entregasse suas riquezas em 3 dias. Era uma época de perseguição ao cristianismo, mesmo assim, São Lourenço de Huesca decidiu desafiar o imperador. Levou fiéis e pessoas ajudadas por eles e diante de Valeriano declarou: “Essas são as riquezas da Igreja”. Deu ruim…
Furioso, o imperador ordenou que ele fosse queimado vivo sobre um braseiro. A sentença foi cumprida em 10 de agosto daquele ano e, durante a noite, os meteoros que riscavam o céu se confundiam com as faíscas das brasas que transformaram São Lourenço num mártir do cristianismo. Por isso, essa chuva de meteoros que ocorria anualmente na mesma época ficou conhecida como “brasas de São Lourenço” ou “lágrimas de São Lourenço”.
Apenas em 1835, o belga Adolphe Quetelet identificou que o radiante dessa chuva estava na direção da Constelação de Perseu. E em 1866, após a passagem do Cometa Swift-Tuttle, o astrônomo italiano Giovanni Virginio Schiaparelli notou a relação entre aquele cometa e os meteoros Perseidas. Foi através dessa observação que Schiaparelli descobriu a origem das chuvas de meteoros.
Além de pai dos perseidas, o Cometa Swift/Tuttle, é também considerado um dos objetos mais perigosos para a humanidade.
Esse cometa tem um núcleo de 27 Km e a cada 133 anos, se aproxima do sistema solar interior, passando a apenas 130 mil quilômetros da órbita da Terra. Ele foi descoberto em 1862 por Lewis Swift e Horace Tuttle. Seu retorno ocorreu em 1992, como era esperado, mas 17 dias fora da previsão, e isso colocou os astrônomos em alerta.
Se na sua próxima passagem em 2126, o cometa atrasasse apenas 15 dias, haveria uma grande chance de impacto com a Terra. E caso um cometa com 27 quilômetros atingisse a Terra a mais de 200 mil quilômetros por hora, não poderíamos fazer nada além de morrer.
Leia mais:
- Qual o risco de uma pessoa morrer atingida por um meteorito?
- Ferramenta da Nasa mostra quanto o mar vai subir em qualquer lugar do mundo; saiba como usar
- Ex-engenheiro da Nasa acusa a agência de usar “segurança precária”
Felizmente, o astrônomo amador Gary Kronk pesquisou bastante e encontrou aparições anteriores do Swift-Tuttle em antigos registros chineses. Isso foi suficiente para concluir que a órbita deste cometa é muito estável, e afastar as possibilidades de impacto nos próximos milênios.
Então, sempre que observar os meteoros perseidas, lembre-se que eles são gerados pela poeira do cometas mais perigoso para a humanidade. Lembre-se também das lágrimas de São Lourenço, e que essa é uma das mais importantes chuvas de meteoros para a história da Ciência.
Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!
Tags: