O veículo de exploração terrestre (rover) Perseverance segue seu trabalho depois da falha na extração de uma amostra do solo de Marte – ao que a Nasa atribui a responsabilidade a “pedras estranhamente macias”.

Segundo a agência espacial americana, seus engenheiros determinaram que a constituição das pedras coletadas não era resistente o suficiente para produzir uma amostra utilizável, já que o tubo de armazenamento ficou vazio, enquanto os buracos perfurados no chão- dentro dos padrões estipulados pela Nasa – deixaram apenas fragmentos de poeira.

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Imagem tirada pelo rover Perseverance após a falha na extração de amostras do solo de Marte, exibindo os buracos perfurados pelo veículo de exploração da Nasa
Os buracos perfurados pelo rover Perseverance, da Nasa, estavam dentro dos parâmetros exibidos pela agência espacial, mas infelizmente, o solo excessivamente arenoso não permitiu que uma amostra consistente fosse retirada. Imagem: NASA/JPL-Caltech/MSSS/Divulgação

Por esse motivo, o Perseverance agora prossegue seu percurso em direção ao próximo ponto de coleta de amostras – com previsão de chegada para o início de setembro, na expectativa de que a falha na extração de amostra do solo de Marte não se repita dessa vez.

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Os dados entregues pelo rover na última sexta-feira (6) confirmaram que os procedimentos seguiram dentro do esperado pela Nasa: o buraco perfurado tinha algo próximo de oito centímetros, e as imagens dos furos tinham consistência com as estimativas. Entretanto, o tubo onde a amostra deveria ficar armazenada ficou vazio.

A recolha de amostra de solo de Marte não é um processo tão simples quanto “coletar um punhado de poeira do chão”. A superfície do planeta vermelho é constantemente bombardeada por radiação solar quase não filtrada – graças à sua atmosfera bem fina. Essa parte só traria resultados “manchados”, cientificamente falando.

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Daí a necessidade de se furar o chão com a broca equipada no Perseverance: ao descer de profundidade, o veículo acessa uma parte da superfície ainda não atingida pelas ondas externas – consequentemente, são mais “puras”, e realmente condizem com o que Marte apresentava antes de anos de radiação solar.

“O hardware trabalhou da forma como queríamos, mas a pedra não cooperou dessa vez”, disse Louise Jandura, chefe de engenharia do time de amostras do Perseverance na Nasa. “Para mim, isso é mais um lembrete da natureza da exploração: um resultado específico nunca é garantido, não importa o quanto você se prepare”.

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Ao longo dos próximos 10 anos, a expectativa da Nasa é obter cerca de 35 amostras de solo de diferentes pontos de Marte, que serão entregues à Terra por meio de uma espaçonave.

Enquanto isso, a outra parte da missão – o helicóptero Ingenuity – segue fazendo sucesso: recentemente, o pequeno e notável veículo aéreo completou seu voo de número 11, com duração maior que dois minutos. Ele agora é incumbido de sobrevoar áreas difíceis de serem acessadas por terra, mapeando pontos de acesso para o Perseverance.

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