O veículo de exploração terrestre (rover) Perseverance segue seu trabalho depois da falha na extração de uma amostra do solo de Marte – ao que a Nasa atribui a responsabilidade a “pedras estranhamente macias”.
Segundo a agência espacial americana, seus engenheiros determinaram que a constituição das pedras coletadas não era resistente o suficiente para produzir uma amostra utilizável, já que o tubo de armazenamento ficou vazio, enquanto os buracos perfurados no chão- dentro dos padrões estipulados pela Nasa – deixaram apenas fragmentos de poeira.
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![Imagem tirada pelo rover Perseverance após a falha na extração de amostras do solo de Marte, exibindo os buracos perfurados pelo veículo de exploração da Nasa](https://img.odcdn.com.br/wp-content/uploads/2021/08/buracos-nasa-perseverance-1.jpg)
Por esse motivo, o Perseverance agora prossegue seu percurso em direção ao próximo ponto de coleta de amostras – com previsão de chegada para o início de setembro, na expectativa de que a falha na extração de amostra do solo de Marte não se repita dessa vez.
Os dados entregues pelo rover na última sexta-feira (6) confirmaram que os procedimentos seguiram dentro do esperado pela Nasa: o buraco perfurado tinha algo próximo de oito centímetros, e as imagens dos furos tinham consistência com as estimativas. Entretanto, o tubo onde a amostra deveria ficar armazenada ficou vazio.
A recolha de amostra de solo de Marte não é um processo tão simples quanto “coletar um punhado de poeira do chão”. A superfície do planeta vermelho é constantemente bombardeada por radiação solar quase não filtrada – graças à sua atmosfera bem fina. Essa parte só traria resultados “manchados”, cientificamente falando.
Daí a necessidade de se furar o chão com a broca equipada no Perseverance: ao descer de profundidade, o veículo acessa uma parte da superfície ainda não atingida pelas ondas externas – consequentemente, são mais “puras”, e realmente condizem com o que Marte apresentava antes de anos de radiação solar.
“O hardware trabalhou da forma como queríamos, mas a pedra não cooperou dessa vez”, disse Louise Jandura, chefe de engenharia do time de amostras do Perseverance na Nasa. “Para mim, isso é mais um lembrete da natureza da exploração: um resultado específico nunca é garantido, não importa o quanto você se prepare”.
Ao longo dos próximos 10 anos, a expectativa da Nasa é obter cerca de 35 amostras de solo de diferentes pontos de Marte, que serão entregues à Terra por meio de uma espaçonave.
Enquanto isso, a outra parte da missão – o helicóptero Ingenuity – segue fazendo sucesso: recentemente, o pequeno e notável veículo aéreo completou seu voo de número 11, com duração maior que dois minutos. Ele agora é incumbido de sobrevoar áreas difíceis de serem acessadas por terra, mapeando pontos de acesso para o Perseverance.
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